Cinco bandas de heavy metal brasileiras que você precisa ouvir


De norte a sul do Brasil, o heavy metal respira. Bandas recentes e outras mais rodadas, com os pés fincados no passado ou sintonizadas com o presente, de visual discreto ou propositalmente exagerado; você escolhe. Opções são inúmeras para os que não deixam a ferrugem lhes comer os ouvidos. 

Confira abaixo cinco bandas que merecem o seu “play”!



Facing Fear – “Marginal Metal”

Lançado em 15 de março de 2022

Classic Metal Records – NAC. – 48min


Em novembro de 2016, o guitarrista D’Antas e o baterista Vall Maranhão se juntaram para compor. Inspirada tanto pelas bandas clássicas do metal britânico quanto pelas novas caras do heavy tradicional — e contando com uma força da baixista Nathalia Souza e do vocalista Terry Painkiller — a dupla logo reuniu material suficiente para o EP de estreia do Facing Fear, “Lutaremos pelo Metal”, lançado em maio de 2017. Trazendo apenas uma faixa em inglês — “I Wanna Play the Sound”, posteriormente escolhida para single e videoclipe —, o trabalho repercutiu no underground carioca. Dois anos mais tarde, o primeiro álbum, “Ana Jansen” — qualquer semelhança com a capa de “Abigail” (1987), do King Diamond, não é mera coincidência —, promoveu o quarteto do status de promessa local. Agora reconhecido em todo o Brasil, com um segundo guitarrista (John Killesh) e sem Souza na formação, o Facing Fear lança “Marginal Metal”, que chama a atenção tanto pela quantidade de participações especiais — entre elas, Jay Roxx, vocalista do Sixty-Nine Crash e “o cara do Resenhando”, na ótima “Music Hero” — quanto pela consistência do repertório, sustentado por bons refrãos e interpretado por um cantor cujo nome artístico não poderia ser mais adequado. Embora a atitude geral esteja mais para um Manowar, musicalmente o grupo se curva a outros gigantes do passado — Accept, Judas Priest etc. — e permite comparações com os recentes Ambush, Night Demon e Riot City, que hasteiam a bandeira da chamada New Wave of Traditional Heavy Metal com luvas de couro e pulseiras de rebite. 

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Fast Evil – “The Midnight Force”

Lançado em 31 de agosto de 2018

Classic Metal Records – NAC. – 29min


A história do Fast Evil começou a ser escrita em agosto de 2016 quando quatro caras — Lucas Mesquita (vocais), Diego Dourado (guitarra), Marcos Andrade (baixo) e Luis Neto (bateria) — inspirados por bandas como Exciter, Overkill e Nuclear Assault decidiram começar a tocar. Bastaram alguns meses até que o EP “Wake Up the Devil” fosse lançado e o clipe produzido para a faixa “Ritual of Sacrifice” batesse a impressionante marca de 60 mil visualizações no YouTube. Em “The Midnight Force” o quarteto entrega um speed metal que beira o thrash old school — “Japanese Killer” é puro Megadeth de “Killing Is My Business...” (1985) — e que, tematicamente, dá match perfeito com a capa assinada pela tatuadora Sue Satania, na qual o mascote da banda, Hellboss — nome também de uma das faixas do CD —, surge das profundezas do inferno para atear fogo até onde os olhos podem ver. Em breve tem disco novo, com estreia da nova formação. Aguardemos... 

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RF Force – “RF Force”

Lançado em 29 de abril de 2022

Classic Metal Records – NAC. – 48min


“‘Old School Metal’ não é apenas uma música do RF Force. É também, como mostra seu disco de estreia, o estilo escolhido pela banda”. O texto biográfico que acompanha o primeiro trabalho do RF Force nas plataformas digitais não poderia começar mais certeiro. Capitaneado pelo guitarrista e youtuber Rodrigo Flausino, o grupo reúne uma espécie de dream team da cena paulistana; músicos do mais alto gabarito que construíram sólida reputação tocando autoral e cover na noite. Da experiência adquirida vem a inspiração para músicas que são verdadeiros tributos ao metal dos anos 1980. Já na faixa de abertura, “Fallen Angel”, ouve-se algo do Dio de “Holy Diver” (1983) e “The Last in Line” (1984). “The Beast and the Hunter” é Judas Priest na veia no que parece uma prima distante, mais jovem e promíscua da clássica “Metal Gods”. Um lado quase baladeiro dá as caras na mid-tempo de refrão marcante “Will You Remember?”. E está liberado invejar os europeus, presenteados com “Fight Without a Fist”, infelizmente subtraída do CD nacional. Baita estreia!

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Rider – “Midnight Line”

Lançado em 9 de dezembro de 2021

Classic Metal Records / Heavy Metal Rock / Tales from the Chaos – NAC. – 57min


De 2009 a 2011, o Rider se chamava Agincourt. A adoção de um nome mais simples fez as rodas começarem a girar para o quarteto de Osasco, São Paulo, mas quase uma década — pontuada por algumas mudanças na formação — se passaria entre a primeira demo, “Live at Training”, e o full length de estreia. A capa enche os olhos e dá margem para uma série de possíveis interpretações — suicídio, assassinato ou acidente? —, mas o que cativa mesmo é a sonoridade. Conduzido pelo ataque-duplo de guitarras de Luke D. Couto e Fernando Martinandes e um vocalista, César Caçador, que soa idêntico ao ex-Leatherwolf Michael Olivieri, “Midnight Line” obedece à cartilha do heavy oitentista também na temática, que tenta abraçar tanto o terror das ruas e das manchetes de jornal quanto a fantasia oriunda dos mesmos livros que leram os pioneiros do metal épico de quase quatro décadas atrás. Que trem das onze que nada!

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Trovão – “Prisioneiro do Rock ‘n’ Roll”

Lançado em 8 de julho de 2021

Classic Metal Records – NAC. – 27min


A estética — a começar pela capa retrowave — e as indumentárias — que incluem o batera Alan Caçador usando óculos Ambervision — remetem não só aos anos 1980, mas especificamente ao synth pop daquela década. Basta apertar o play para dizimar qualquer dúvida acerca do fundamento sonoro de “Prisioneiro do Rock ‘n’ Roll”. Com letras em português que acenam aos arquitetos do metal verde e amarelo e uma infusão de teclados — cortesia do multi-instrumentista Alexander Vasiliev, também responsável pelo baixo e pelos backing vocals —, o trabalho de estreia do paulistano Trovão é quase uma máquina do tempo, e, justamente por isso, requer mente e coração abertos. A diversão é garantida caso o ouvinte embarque na proposta despretensiosa — não confundir com gaiata — dos quatro. O frontman Gustavo Trovão é facilmente um dos melhores músicos revelados nos últimos anos; seus solos, construídos sobre a base sólida assinada por Alexandre Gatti, são, no mínimo, formidáveis. Preste atenção.

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