Em breve, o Beyond the Black desembarca no Brasil pela primeira vez para uma apresentação especial no Bangers Open Air, e a vocalista Jennifer Haben não esconde a empolgação. Com uma carreira marcada por emoções intensas e melodias envolventes, a banda alemã se consolidou como um dos grandes nomes do metal sinfônico contemporâneo, conquistando fãs ao redor do mundo. Agora, Jennifer e seus companheiros estão prontos para sentir de perto a energia do público brasileiro, que ela descreve como “louco no melhor sentido possível”.
Nesta entrevista, Jennifer fala sobre suas expectativas para o show, o impacto das músicas na vida dos fãs e os planos do Beyond the Black para o futuro. Entre turnês globais, novos projetos e colaborações inesperadas, a vocalista revela detalhes sobre o processo criativo da banda e a conexão emocional que suas canções estabelecem com o público. Com um setlist repleto de sucessos e novidades no horizonte, a estreia do Beyond the Black no Brasil promete ser um momento inesquecível tanto para a banda quanto para os fãs.
Por Marcelo Vieira
Foto: Divulgação
O Beyond the Black fará sua estreia no Brasil no Bangers Open Air. Quais são suas expectativas para essa experiência?
Acho que vai ser superinteressante descobrir como é o público brasileiro. Ouvi dizer que vocês são loucos, mas no melhor sentido possível. Espero ver isso de perto e sentir um pouco dessa energia contagiante.
Você tem alguma expectativa especial em relação à cultura brasileira?
Espero que possamos conhecer um pouco do Brasil, que alguém nos mostre algo especial por aí. Claro, não teremos muito tempo, mas uma coisa é certa: quando estivermos no palco, vocês terão a energia completa do Beyond the Black, e faremos uma grande festa juntos!
Você já teve contato com fãs brasileiros pelas redes sociais?
Sei que vocês são bem ativos no Instagram e, às vezes, também no Facebook. Eu percebo isso, com certeza. Mas, além disso, o que mais estou ansiosa para ver são as primeiras filas do show, os rostos dos fãs e todas as emoções estampadas neles. Isso é algo que realmente espero vivenciar.
Vocês prepararam um setlist especial para os fãs brasileiros?
Bom, quando tocamos em festivais, queremos trazer toda a potência do Beyond the Black. Então, vamos tocar músicas antigas, algumas mais recentes… Será um panorama da trajetória da banda ao longo dos anos.
Tem alguma música que você está particularmente empolgada para tocar no Brasil?
Acho que “In the Shadows” será interessante de tocar por aí, porque sei que ela não foi lançada ao mesmo tempo no Brasil como foi nos países de língua alemã. Então, nunca sei ao certo o quanto as pessoas conhecem essa música. Será incrível se o público cantar junto! E, claro, também estou animada para tocar nossas músicas mais novas, como “Reincarnation”.
Você participou da música “Masterpiece”, do Kissin’ Dynamite. Existe a chance de uma participação especial no show deles no festival?
Boa ideia, para ser honesta! Talvez precisemos conversar sobre isso.
E no show do Kamelot? Podemos esperar que você cante “In Twilight Hours”?
Ainda não conversamos sobre isso… Mas talvez eu devesse falar com eles depois desta entrevista!
O Beyond the Black teve um começo explosivo com o álbum Songs of Love and Death (2015) e o prêmio Metal Hammer de Melhor Disco de Estreia. Olhando para trás, como você vê a evolução da banda de lá até o recente Beyond the Black (2023)?
Muita coisa aconteceu nesses últimos dez anos. Acho que o mais importante foi o nosso crescimento pessoal. Isso fez com que alguns temas mudassem ao longo do tempo. Sempre falamos sobre emoções profundas, mas, especialmente no álbum mais recente, abordamos temas que vão além de nós mesmos. Acho que estamos crescendo nesse sentido.
Esse último álbum foi um sucesso internacional, alcançando boas posições nas paradas da Europa e dos EUA. Como você vê essa expansão do Beyond the Black para novos públicos e mercados?
Sempre damos um passo de cada vez, e eu gosto disso. Sempre quis alcançar mais pessoas, explorar novos países e continuar crescendo. E é incrível ver isso acontecer —chegar ao Brasil, à América Latina, termos ido à Austrália recentemente… É maravilhoso poder levar nossa música para cada vez mais pessoas.
A turnê Dancing in the Dark foi um grande sucesso em 2024, e vocês já anunciaram a Rising High para 2026. Em 2025, vocês têm uma agenda lotada de festivais prestigiados, como Wacken Open Air, Hellfest e Graspop. Com isso em mente, quando podemos esperar novas músicas? Ou o foco será apenas nos shows?
Estamos trabalhando em novidades, e vocês vão ouvir músicas novas ainda este ano! Muito em breve, teremos novidades para vocês.
O que você pode adiantar sobre essas novas músicas?
Elas terão uma direção um pouco diferente, mas totalmente alinhada com o conceito que queremos explorar. Estamos contando uma história que se desenrola ao longo dos videoclipes, transmitindo uma mensagem que consideramos importante neste momento.
Você mencionou que gosta de falar sobre emoções profundas nas letras. Já recebeu algum feedback de fãs dizendo que encontraram conforto em alguma música, criando essa conexão emocional com as letras?
Sim, algumas músicas foram muito emocionantes para os nossos fãs. Sei que algumas pessoas até tatuaram trechos de músicas como “Unbroken”, que tem uma mensagem forte sobre resiliência e superação. Também temos canções que falam sobre ser autêntico, ser quem você realmente é. Isso é algo que sentimos muito forte. E quando falo do nosso álbum autointitulado, Beyond the Black, percebo que sempre escrevemos sobre o que estamos sentindo no momento. Acho que é assim que criamos essa conexão com o público. Cada pessoa tem sua própria história e interpreta as letras de acordo com a sua vivência. Isso é o mais interessante. Fico curiosa para ver como os fãs vão se conectar com o próximo álbum e suas histórias.
Quais artistas ou músicas te deram conforto nos momentos difíceis da sua vida?
Quando era mais jovem, eu ouvia muito Paramore. Mas o que mais me interessava era como a emoção se transmitia através da voz dos artistas. Muitas vezes, eu escutava músicas em inglês sem entender a letra, apenas sentindo as emoções. Nessa época, ouvia bastante Whitney Houston, por exemplo. Com o tempo, comecei a me interessar mais por bandas de rock e, cada vez mais, pelas letras.
Você tem um álbum favorito? Aquele que levaria para uma ilha deserta?
Não é fácil escolher, mas eu diria “Sempiternal” (2013), do Bring Me the Horizon.
O cenário do metal sinfônico está sempre evoluindo. Quais são as ambições do Beyond the Black para o futuro? Como vocês planejam se manter inovadores?
Nosso foco é sempre ser autênticos. Não tentamos ser algo que não somos ou forçar uma inovação artificial. Claro que estamos atentos às mudanças, como o mundo ficando cada vez mais digital. Mas acredito que, se você se entrega completamente à sua mensagem e sente isso em cada parte do seu ser, consegue contar uma história verdadeira. E isso, para mim, é mais importante do que qualquer inovação.
Podemos dizer que esse é o seu segredo para manter a energia e criatividade, sempre surpreendendo os fãs?
Acho que sim! Se entendi bem sua pergunta, acredito que as pessoas percebem quando algo é autêntico. Se você tenta ser algo que não é, simplesmente não funciona.
O Beyond the Black se apresenta no palco Ice Stage do Bangers Open Air no dia 4 de maio (domingo), das 11h50 ao 12h45.
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