REVIEW: House of Lords – “Big Money” (2011)

 

House of Lords – “Big Money”

Lançado em 23 de setembro de 2011

Frontiers Records – IMP. – 49min

 

Eis aqui uns caras que não sabem o que é tirar férias. De 2006 para cá, o House of Lords vem produzindo em ritmo quase industrial. Foram cinco álbuns, sendo três de estúdio, um ao vivo e uma coletânea com material inédito. No próximo dia 23, a discografia da banda será oficialmente aumentada com “Big Money”. A formação é a mesma de “Cartesian Dreams” (2009), com James Christian (vocal), Jimi Bell (guitarra), Chris McCarvill (baixo) e BJ Zampa (bateria).

 

Em matéria de som, o House of Lords nunca se arriscou: hard rock melódico e ponto final. Em “Big Money” não é diferente. A fórmula aqui é a mesma de seus antecessores. Tudo muito bem timbrado, gravado e mixado, guitarra distorcida na medida certa – é possível ouvir cada nota dos solos a mil por hora de Bell –, backing vocals funcionando melhor do que nunca e Christian mostrando que é um vocalista de peso (em todos os sentidos).

 

O problema é que nessas de não ousar o House of Lords acabou meio que refém do som que é sua marca registrada. Por um lado, isso é bom, os fãs agradecem e compram. Por outro, ainda que as músicas sejam fantásticas, a impressão de “já ouvi isso antes” vai e vem durante a audição. “One Man Down”, por exemplo, é quase uma releitura de “Demons Down” (do álbum de mesmo nome, lançado em 1992), que, por sua vez, foi feita nos moldes da releitura de “Can't Find My Way Home” presente em “Sahara”, de 1990.

 

“First to Cry” cativa que é uma beleza e tem cheiro de hit das antigas, para o delírio dos saudosistas. A música de trabalho, “Someday When”, é outra que promete cativar – o timbre do teclado é puro Van Halen. “Searchin’”, com sua levada blueseira, vem embebida em malandragem e é um dos destaques, junto de “Living in a Dream World”, que é praticamente uma versão anos 2000 da faixa-título do supracitado “Sahara”.

 

Calcinhas se ensoparão e lágrimas hão de rolar em “The Next Time I Hold You”, balada indefectível conduzida ao piano, com letra certeira e interpretação grandiosa de James. Direta ao ponto e facílima de assimilar, “Hologram” é uma que funcionaria bem ao vivo. A guitarra mais pesada do disco talvez seja a de “Once Twice”, que prepara o terreno para o encerramento com a excelente “Blood”, onde o teclado, acertadamente, abdica da linha de frente.

 

Texto originalmente publicado no site Collector’s Room em 19 de setembro de 2011.

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