Riot – “Fire Down Under”
Lançado originalmente em 9 de fevereiro de 1981
Hellion Records – NAC. – XXmin
Alguns definem o Riot como a resposta da América à cena da New Wave of British Heavy Metal que acontecia na Grã-Bretanha na segunda metade dos anos 70. Até que faz sentido: seu som é uma mistura de Saxon com Rainbow com Diamond Head; o tipo de coisa que se ouvia, mas não se tocava nos Estados Unidos na época por ser, digamos, “comercialmente inviável”. Se fosse, grupos como o Blue Cheer teriam se tornado multiplatinados. Enfim, a América de cinco décadas atrás pertencia aos Eagles e seus semelhantes, e tudo que fosse mais pesado que KISS ou Aerosmith dificilmente emplacava.
Mas deixando de lado a discussão sobre se o Riot foi ou não a primeira banda de metal dos Estados Unidos, reconheçamos que “Fire Down Under” foi o álbum que os colocou no mapa. As canções aqui são mais rápidas e intensas que as que compõem seus dois lançamentos anteriores — “Rock City” (1977) e “Narita” (1979) —, com direito até a um hit (“Swords & Tequila”). Foi também o último trabalho com o vocalista Guy Speranza, que abandonaria a música meses depois para se tornar exterminador — profissão que exerceu até sua morte em 2003.
No repertório, além da já citada música para beber e brigar, destaca-se a velocíssima faixa-título, cujo andamento estabelece a base para o que se entenderia como speed metal. O ano era 1981, e ninguém deste ou do outro lado do Atlântico havia pisado tão fundo no acelerador. Mas nem por isso os solos de guitarra, cortesia do saudoso Mark Reale (1955-2012), são o que se pode chamar de virtuosos. Aliás, de virtuoso, o Riot não tem é nada: a palavra do dia é simplicidade, mas pense naquele mais do mesmo capaz de arrebatar multidões.
Deceptivamente genérico, mas impressionante em sua qualidade, “Fire Down Under” é uma joia absoluta. E o headbanging é inevitável.
Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 10 de setembro de 2018.
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