REVIEW: Riff Raff – “Give the Dead Man Some Water” (Relançamento 2018)

 

 
 

Riff Raff – “Give the Dead Man Some Water”

Lançado originalmente em 1983

Hellion Records – NAC. – 59min

 

No início dos anos 80, bandas de toda a Europa queriam surfar na New Wave of British Heavy Metal. Dos Bálcãs a Escandinávia, tentativas de ser o novo Iron Maiden ou o novo Motörhead pipocavam, dando duro nas condições mais adversas, submetendo-se a selos e empresários inescrupulosos, mas nunca, em hipótese alguma, comprometendo a legitimidade de seu som. Obviamente, a maioria dessas bandas não sobreviveu muito tempo, e poucas foram aquelas que em sua breve existência foram capazes de lançar material digno do tardio status de cult.

 

Formado na Finlândia em 1979, o Riff Raff começou tocando hard rock, mas foi questão de tempo até migrar para o heavy metal. Nos cinco anos em que permaneceu ativo, o quinteto chefiado pelo vocalista Immu Ilmarinen lançou três álbuns; dois dos quais acabam de ser relançados no Brasil pela Hellion Records.

 

Lançado originalmente em 1983, “Give the Dead Man Some Water” foi o único álbum do Riff Raff a obter destaque internacional, mas nem os frutos dessa repercussão – incluindo shows abrindo para gente do calibre de KISS e Alice Cooper – foram o bastante para evitar a separação cerca de um ano mais tarde.

 

No que acabaria por ser o seu canto do cisne, o Riff Raff oferece um heavy metal com características que fogem do padrão: primeiramente, convidam Kaija Kokkola para dividir os vocais na faixa título – mal sabiam os caras que, como Kaija Koo, a cantora se tornaria um fenômeno pop na década seguinte. Ela também recebe crédito pela versão de “Baba O’ Riley” do The Who – talvez um lembrete dos dias de hard rock da banda – presente no álbum.

 

Outro ponto por aqui são os teclados, cortesia do renomado T.T. Oksala, que também assina a produção. Mas o instrumento principal obviamente é a guitarra, ou melhor, as guitarras gêmeas de Mookeri Salonkari e Korsberg Kukkonen, cujos fraseados em harmonia são um brinde a Glenn Tipton e K.K. Downing e outras duplas icônicas do metal britânico. Gostamos!

  

Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 5 de novembro de 2018.


Comentários