DA COLEÇÃO: Tyketto – “Strength in Numbers Live” (2019)

 


Tyketto – “Strength in Numbers Live”

Lançado em 8 de novembro de 2019

Frontiers Records – IMP. – 1h9min

 

Em 2017, o Tyketto celebrou atrasado o vigésimo quinto aniversário de “Don’t Come Easy”, seu histórico disco de estreia, tocando-o na íntegra para o seleto público presente no Frontiers Rock Festival IV em Milão, na Itália. A apresentação ganhou lançamento oficial meses depois no ao vivo “Live from Milan” (leia a resenha aqui). Passados dois anos, Danny Vaughn (vocais), Michael Clayton Arbeeny (bateria), Chris Green (guitarra) e Ged Rylands (baixo) repetem a dose e, com o recém-chegado baixista Greg Smith, celebram o jubileu de prata de “Strength in Numbers”, sucessor de “Don’t Come Easy” e segundo e último trabalho da fase de ouro da banda.


Em “Strength in Numbers Live”, o quinteto executa a íntegra do disco, incluindo o debute ao vivo de músicas como “All Over Me” — inspirada em Humble Pie e que Danny confessa que nunca, jamais imaginou tocando num show — e o lado B “Wait Forever”, cuja segunda chance veio na condição de faixa bônus da edição remasterizada de “Don’t Come Easy” lançada pela inglesa Rock Candy Records ano passado. Falando em Inglaterra, foi lá que a turnê que deu origem a este ao vivo se iniciou e é desses shows realizados em março passado que vem o material incluso neste CD. Pena que não tenha DVD desta vez!


Se a performance da banda é intensa para dizer o mínimo, a resposta do público é calorosa ao máximo, como se as centenas de presentes tivessem total ciência de o quão privilegiadas eram por estarem na hora e no local certos para entrarem para a história de maneira tão singular. É claro que é nos “hits” — entenda as aspas: “Strength in Numbers” não teve hits, mal teve divulgação, quase que não viu a luz do dia, enfim… — que a galera solta mais a voz: a resposta a “The End of the Summer Days” e “Catch My Fall”, dois momentos em que o violão de Danny subtrai o peso da guitarra de Chris, e à inteiramente acústica “The Last Sunset” é real e imediata.


O mesmo não acontece, por exemplo, com “Inherit the Wind”, momento mais pesado da história do Tyketto, escolhida para abrir o show num lance de pura ousadia e risco, e na já citada “Wait Forever”, que de tão desconhecida teve tratamento de música nova. No quesito performance individual, além do destaque óbvio para a voz marcante de Danny Vaughn, a maneira como Chris Green incorpora o espírito de Brooke St. James e executa os solos nota a nota como no álbum é de cair o queixo — em especial o de “Standing Alone”, talvez o mais belo de todos.


A disputa pelo título de ao vivo do ano ganha o talvez único concorrente capaz de fazer frente ao triplo “Songs for the Dead” do King Diamond. Resta saber qual critério prevalecerá na minha escolha: amor antigo ou amor verdadeiro? Não que o empate não seja uma opção…


Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 8 de novembro de 2019.

Comentários

  1. Estar na hora e local certos faz tanta diferença quanto a "frase certa". No seu caso, o autor do texto certo, capaz de nos fazer cantarolar durante a leitura. Aplausos!

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