Johnny Crash – “Neighborhood Threat”
Lançado em 1990
WTG/Epic – IMP. – 40min
Nascido em família rica no norte da Inglaterra, Vicki James Wright escolheu o rock ‘n’ roll para “irritar os outros”. Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez. E adorou fazer. Sua estreia em disco foi em 1984 no agora clássico da New Wave Of British Heavy Metal “Night of the Blade” do Tokyo Blade. No ano seguinte, o som americanizado de “Blackhearts & Jaded Spades” acabou desagradando aos fãs mais tradicionais. Vicki pediu as contas e comprou passagem só de ida para os Estados Unidos.
Chegando à América, seria reprovado num teste para o L.A. Guns por ser loiro (!) antes de assumir o vocal no Johnny Crash a convite do guitarrista Christopher Stewart. August Worchell (guitarra), Andy Rodgers (baixo) e Stephen “Punkee” Adamo (bateria) completavam a formação que passou meses batalhando na cena underground de Los Angeles antes de assinar com a WTG.
Com título retirado de uma música escrita por David Bowie, Iggy Pop e Ricky Gardiner e capa ilustrada por Barry Jackson — o mesmo de “Afterburner” (1985) e “Recycler” (1990) do ZZ Top —, “Neighbourhood Threat” saiu em 1990, e logo em seguida o Johnny Crash caiu na estrada ao lado de nomes como Bonham, Pretty Maids e o ainda todo-poderoso Mötley Crüe.
O clipe de “Hey Kid” teve seu momento na MTV antes de a programação do canal ser tomada de assalto pelas bandas grunge de Seattle. Mas não passou disso. Um segundo álbum, “Damnation Alley”, chegou a ser gravado em 1992, mas, apesar das participações de peso — como Matt Sorum (bateria) e Dizzy Reed (teclados) do Guns N’ Roses —, a gravadora rescindiu o contrato. O material teria de aguardar até 2008 para ver a luz do dia, em tiragem limitadíssima, sob o título “Unfinished Business”. Para completar, Andy Rodgers morreria de overdose em 1993.
Passados 27 anos de seu lançamento, “Neighbourhood Threat” ostenta um status de cult, e o Johnny Crash tende a ser lembrado como uma dessas bandas de hard rock de um disco só que chegaram tarde demais à festa. Prova de que talento e timing nem sempre andam de mãos dadas.
Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 26 de maio de 2017.
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