REVIEW: Fozzy – “Judas” (2017)

 


Fozzy – “Judas”

Lançado em 13 de outubro de 2017

Century Media – IMP. – 42min

 

Chris Jericho começou 2017 estabelecendo um novo recorde de permanência num combate eliminatório Royal Rumble. Os 61 minutos que permaneceu no ringue deram origem à hashtag #61MinuteMan e o multicampeão da WWE pôde arquitetar seu afastamento temporário das lutas com o nome em alta. Da mesma forma que seu vocalista, o Fozzy também fez bonito nos meses que antecederam ao lançamento de seu novo álbum, batendo recordes nas plataformas digitais e superando a marca de 10 milhões de visualizações do clipe da faixa-título, “Judas”, no YouTube.

 

E é justamente nessa, homônima ao apóstolo que traiu Jesus, que encontramos o resumo mais fiel – irônico, não? – da proposta geral do álbum: as evoluções individuais de Jericho como vocalista e de seu irmão de armas Rich Ward como guitarrista levaram o som do Fozzy a um novo patamar, não apenas tornando-o mais acessível, mais convidativo ao ouvinte casual, como também mais diversificado, com direito até a duas semi power ballads (“Painless” e “Capsized”) e mesmo um flerte descarado com o nu metal de Disturbed e Five Finger Death Punch (“Wordsworth Way”).

 

O heavy tradicional comparece musical e tematicamente com “Drinkin’ With Jesus” e “Three Days in Jail”, que de quebra demonstra o quanto a voz de Jericho é metamórfica e sua interpretação, ao que tem toda pinta de letra baseada em fatos reais, é convincente e acima da média. O escorregão fica por conta da modernosa “Weight of My World”, demasiadamente carregada no quesito eletrônico, em severo contraste com “Wolves at the Bay”, a última e mais pesada do repertório, que devora o que ainda resta de nossas energias como uma alcateia faminta por sangue. And the winner is… Y2J! Y2J! Y2J!

 

Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 13 de novembro de 2017.

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