REVIEW: Marenna-Meister – “Out of Reach” (2020)

 


Marenna-Meister – “Out of Reach”

Lançado em 28 de setembro de 2020

Lions Pride Music – IMP. – 40min.


Levando-se em conta o histórico dos envolvidos, parecia ser questão de tempo até que uma parceria entre o vocalista Rod Marenna e o guitarrista Alex Meister se tornasse realidade. Os dois têm muita coisa em comum, mas principalmente o fato de serem mais reconhecidos por seus talentos e trabalhos anteriores fora do Brasil do que dentro. Prova disso é que “Out of Reach”, a estreia da dupla, sairá pelo selo dinamarquês Lions Pride Music, o que obrigará os colecionadores daqui a disputar no soco as pouquíssimas cópias importadas que serão disponibilizadas em território nacional.


Mas você não precisa ser um melômano para apreciar o hard rock oitentista que Rod e Alex, acompanhados do baixista Cristiano Gavioli e do baterista Luiz “Tilly” Alexandre, apresentam, visto que o álbum estará em todas as plataformas digitais. E bastará você apertar o play para ser musicalmente transportado para trinta anos atrás; para um mundo pré-grunge no qual a poética de Bret Michaels era tida como lei.


O que o Marenna-Meister apresenta é quase que uma realidade paralela, alternativa à do rock que se vê obrigado a assumir um posicionamento político ou a se engajar socialmente. Tampouco aborda-se nas letras temas polêmicos ou verdades difíceis de engolir. A palavra-chave é diversão, e o que se canta visa a tão somente oferecer um escape, 40 minutinhos em órbita, tal como a guitarra que ilustra a belíssima capa.


Guitarra essa que busca em George Lynch, Reb Beach, Warren DeMartini e tantos outros dessa geração o alicerce para riffs e solos feitos sob medida para os fãs de Dokken, Winger, Ratt e todos os baluartes do que convencionou-se chamar no Brasil de rock farofa. O glamour se estende à produção; cristalina, padrão FIFA, ideal para os ouvidos mais exigentes e para atingir o concorrido mercado europeu. E aí, quem sabe, carimbar o passaporte da dupla para um giro pelo Velho Mundo tão logo a “bactéria filha da puta” permitir a volta dos shows e festivais.


Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 25 de setembro de 2020.

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