REVIEW: Rox Diamond – “Let the Music Do the Talkin’” (2018)

 


 Rox Diamond – “Let the Music Do the Talkin’”

Lançado em 28 de maio de 2018

Lions Pride Music – IMP. – 54min

 

O passar dos anos conferiu ao primeiro álbum do Rox Diamond (1992) o status de cult característico de quem lança um petardo e some sem deixar vestígios. Pudera: muito além do hitzinho “Heart of Mine”, o quarteto de Los Angeles, que contava com o batera Dwain Miller (Keel), dá uma aula de Melodic Rock digna dos baluartes do gênero. A qualidade da estreia é tamanha que o sucessor tardio “Powerdrive” (2005) tende a ser amplamente ignorado até pelos maiores entusiastas — inclusive por este autor.

 

Em 2018, um terceiro capítulo tem início na história do Rox Diamond. Nele, ao chefão Paul Daniels (vocais e teclados) e seu fiel escudeiro Kevin Bach (guitarra) juntam-se os novatos Elliot Mayhew (baixo) e Mike Hansen (bateria), e os quatro promovem um verdadeiro resgate sonoro, com canções que dialogam com o que de melhor Paul e Kevin registraram quase três décadas atrás, mas sem permitirem que o apego ao passado os impedisse de atualizar a receita — ainda que essas atualizações meio que se resumam a timbragens mais século XXI e recursos de gravação indisponíveis nos anos 90.

 

Neste recém-lançado “Let the Music Do the Talkin’”, a voz de Daniels — às vezes em multicamadas, sinal de sua versatilidade — segue como o diferencial, mas as seis cordas de Bach também têm seus momentos sob os holofotes, como no solo de “Angeline”, um dos melhores que você vai ouvir este ano.

 

Em matéria de composições, há tanto números irretocáveis (as irresistíveis “The Way I Feel” e “Midnight Girl” disputam com a baladaça “Two Hearts” o lugar mais alto do pódio) como outros em que a falta de um ouvido de fora resultou em deslizes, como a excessivamente longa faixa-título — quando você pensa que a canção está bem-resolvida, uma nova rodada de refrões é adicionada, fazendo com que a duração beire os seis minutos — e a dobradinha central “Just Wanting You” e “Yesterday Is Gone”, substancialmente fraca em comparação a tudo que vem antes e depois.

 

Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 29 de maio de 2018.

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