Entrevista originalmente publicada no site Van do Halen em 13 de março
de 2013.
Marcelo Vieira: Muita gente não sabe, mas na sua primeira banda,
Prophet, você tocava bateria. Como se deu essa mudança de batera para
vocalista?
Ted Poley: Isso foi há mais ou menos 25 anos. Você talvez nem fosse
vivo ainda! Eu era o baterista, mas cantava em algumas músicas. Conheci o Bruno
[Ravel] numa festa e ele me pediu para cantar nas demos que estava gravando. Encarei
aquilo como um pequeno favor, mas acabei me apaixonando pelo som e decidi sair
do Prophet para entrar no Danger Danger como vocalista. Assinamos com uma
gravadora pouquíssimo tempo depois.
MV: Você sentiu que o seu potencial seria mais bem aproveitado no
Danger Danger?
TP: Depois da demo, tiramos algumas fotos promocionais e assinamos
com a gravadora. Simples assim. A gravadora foi esperta o bastante ao apostar
suas fichas na gente após ouvir a demo. Fico feliz em poder dizer que nós não a
decepcionamos.
MV: O Danger Danger foi uma das bandas mais importantes do que se
convencionou chamar de “hair metal”. Como você se sente tendo feito parte de
uma época tão singular?
TP: É muito bom se lembrado como um ícone de determinado período. Amo
meus fãs e os agradeço por se lembrarem de mim até hoje!
MV: Você saiu do Danger Danger após a gravação do “Cockroach”, que é,
na minha opinião, o melhor trabalho da banda. Por quê?
TP: Não gosto de falar sobre essa época, mas reconheço que o “Cockroach”
é um grande disco.
MV: “Cockroach” permaneceu engavetado até 2001, quando saiu em CD duplo
contendo tanto a versão original, com você cantando, quanto a versão com Paul
Laine, seu substituto. O que você acha daquelas músicas na voz do Paul?
TP: Prefiro não opinar, todavia conheci Paul há alguns anos e o
achei um cara formidável.
MV: A capa do “Disappearing Inc.” (1997), segundo álbum do Bone
Machine, traz as torres gêmeas do World Trade Center desmoronando. Dito isso, qual
foi a sua reação diante dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001?
TP: Tenho poderes psíquicos e previ a tragédia anos antes de ela
acontecer. Sonhei com os atentados em 1997 e a prova disso é a capa do “Disappearing
Inc.” Obviamente, as prensagens lançadas após o 11 de setembro vieram com outra
capa.
MV: Mudando de assunto, algo me soou familiar quando joguei Sonic
Adventure 2 no Dreamcast pela primeira vez…
TP: Sou eu cantando! No Japão, ao lado de Jun Senoue e outros caras
talentosíssimos, fiz várias músicas para os games do Sonic. Me diverti bastante
e conquistei uma porção de novos fãs graças a este trabalho.
MV: Você voltou ao Danger Danger em 2004. Como foi unir forças com
Bruno e Steve [West] novamente?
TP: Foi bom.
MV: “Revolve”, o primeiro disco de inéditas desde a reunião, foi
lançado somente cinco anos depois. O processo foi demorado por conta de outros compromissos
ou vocês, a princípio, nem pensavam em gravar material novo?
TP: Não quisemos gravá-lo antes, ponto. Cinco anos se passaram até
o momento que decidimos que era hora de gravar um novo álbum. Na minha opinião,
“Revolve” é o nosso melhor disco. Fico feliz que ele tenha acontecido.
MV: Você já veio ao Brasil algumas vezes. O que acha daqui?
TP: Amei conhecer o Brasil e amei conhecer os fãs, as pessoas, a
comida… é um lugar belíssimo! Espero voltar muitas outras vezes!
MV: Você acha que ser bem ativo nas redes sociais hoje em dia, de
alguma forma, torna você especial?
TP: De modo algum. Apenas trato os fãs do jeito que eu gostaria de
ser tratado pelos meus ídolos. Sou fã de uma porção de bandas e sei bem como um
fã se sente.
MV: Quando conversamos pela primeira vez, em 2007, perguntei quais
artistas você estava ouvindo no momento e lembro que você respondeu Wig Wam.
Repito a pergunta: o que você tem ouvido ultimamente?
TP: Seventh Wonder, Treat, Circus Maximus e Bob Marley sempre que
dá vontade de fumar um baseado.
MV: O que os fãs podem esperar de você em 2013? Algum novo projeto em
andamento?
TP: Minha meta é continuar tocando pelo mundo e festejando com os
fãs que conquistei ao longo da minha carreira. Não sei se gravarei novos discos,
mas com certeza continuarei viajando por aí, vestindo minhas camisetas
divertidas e cantando!
MV: Agora, só para encerrar, deixa um recado para os seus fãs do
Brasil.
TP: Obrigado a todos por tornarem possível viver o
sonho mesmo após tanto tempo. Amo vocês e espero vê-los em breve! Sorriam sempre!
Beijos, beijos, beijos, beijos!
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