REVIEW: Magnum – “The Serpent Rings” (2020)

 


Magnum – “The Serpent Rings”

Lançado em 17 de janeiro de 2020

Shinigami Records – NAC. – 59min


Em 2019 o Magnum só não levou o prêmio de ao vivo do ano com “Live at the Symphony Hall” (leia a resenha aqui) graças ao King Diamond e seu “Songs for the Dead Live” lançado na semana seguinte. Em 2020, os ingleses dão o troco, ainda que não intencional: “The Serpent Rings”, seu 21º álbum de estúdio, chegou às lojas, conforme o previsto, em janeiro. Já King teve de adiar o lançamento do aguardadíssimo “The Institute” devido à pandemia para sabe-se lá quando.


Na ativa desde 1972 – exceto por um hiato de seis anos entre 1995 e 2001 no qual os chefões Bob Catley (vocais) e Tony Clarkin (guitarra) apostaram todas as fichas no Hard Rain –, o Magnum é daqueles grupos que não precisa provar nada para ninguém. Ainda assim, não se deixa acomodar na fórmula que outrora ajudou a desenvolver e constantemente procura maneiras de aperfeiçoá-la. 


A mais recente adição às fileiras foi o baixista e produtor Dennis Ward (Pink Cream 69, Unisonic), substituindo Al Barrow, que pediu as contas às vésperas de completar duas décadas no posto. Rick Benton (teclados) e Lee Morris (bateria) seguem firmes e fortes na folha de pagamento. Quem também segue firme e forte é o ilustrador Rodney Matthews, que assina as capas da banda desde “Chase the Dragon” (1980). Aliás, o bom observador notará que a capa de “The Serpent Rings” faz alusão a diversas capas passadas – mais notavelmente à do clássico “On a Storyteller’s Night” (1985).


Falando em contadores de histórias, a escrita de Clarkin é típica de um rato de livros; das escolhas vocabulares ao fluxo narrativo, é como se estivéssemos ouvindo uma história embalada por riffs casados de cordas e teclas, passagens instrumentais feitas sob medida para o palco (visualize uma multidão batendo palmas no ritmo de “You Can’t Run Faster Than Bullets”) e ousados arranjos orquestrados (aqui uma cortesia do maestro Wolf Kerschek), como na faixa-título, peça central do repertório e, com todos os méritos, o carro-chefe do álbum.


Destacam-se também “The Archway of Tears” (a crueldade da existência resumida no verso “Work a lifetime maybe get nowhere” só não faz frente ao poderoso refrão), “House of Kings” (que inclui uma seção de sopros na escola dos Rolling Stones) e o gotejo final, “Crimson on the White Sand”, na qual a inconformidade com a perda amplia ainda mais a carga dramática de uma já trágica despedida.


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