REVIEW: The Waymaker – “The Waymaker” (2020)

 


The Waymaker – “The Waymaker”

Lançado em 25 de setembro de 2020

Musik Records – NAC. – 35min


Passada quase uma década desde “Eye of the Storm” (2011), álbum que foi a saideira do DivineFire, o vocalista Christian Liljegren e o multi-instrumentista Jani Stefanović retomam a parceria agora sob a alcunha de The Waymaker e com a esposa de Jani, a cantora Katja Stefanović, dividindo os encargos vocais. O nome do projeto faz óbvia referência a Jesus Cristo, que em João 14:6 diz “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Isso basta para que se tenha ideia da temática comum às oito faixas que compõem o repertório de 35 minutos deste autointitulado disco de estreia, que chega ao Brasil via Musik Records em tiragem limitada de 500 cópias. 


É curioso o fato de que mesmo antes de a pandemia ditar uma espécie de protocolo emergencial para a indústria fonográfica, obrigando todas as esferas do setor a operar em condições adversas, Christian e Jani o fizeram, trabalhando remotamente, como revelou o primeiro em entrevista concedida a este jornalista em maio. “Gravei todas as minhas partes aqui na Suécia, juntamente com a bateria (tocada por Alfred Fridhagen). As guitarras e todos os demais instrumentos foram gravados pelo Jani na Finlândia”, disse Liljegren. 


A faixa título abre as comportas como manda o figurino do power metal: a todo vapor, como um tsunami de instrumentos e camadas e camadas de vozes. Aliás, nota-se de cara que a dinâmica de três vozes será o diferencial do trabalho. Se a ideia era fazer algo diferente do Narnia – banda principal de Liljegren –, podemos afirmar que, ao menos nesse aspecto, ele conseguiu. Na sequência, “Kingdom of Heaven” converte um versículo de Mateus (“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus...”) num baita refrão, cantado com energia e paixão por Katja. 


As alusões à Bíblia não param por aí: “The Name Above All Names” é como São Paulo, em epístola aos filipenses, declara o senhorio de Jesus sobre nossas vidas. Mas antes dela, que é a quinta faixa, temos no cover de “Soldiers Under Command” (Stryper) gravado um tom abaixo e com solo fora de série de CJ Grimmark (Narnia) e na investida meio Blind Guardian meio Yngwie Malmsteen “Marching On” a melhor dobradinha do álbum: quando você menos esperar, estará cantando “We’re marching on forever, we’re living for our King” do nada, enquanto toma banho ou lava a louça. 


A reta final guarda suas surpresas também: diretamente de “Alive”, empreitada solo de Katja de 2016, “The Rain of Your Love” ressurge com alma roqueira, mas sem perder o tom de adoração e a veia pop da versão original. Em seguida, um novo pique de velocidade introduz “I Am Sustained”, que desacelera no refrão até a invocação de efeito – “Hallowed be Thy name!” – e volta a crescer num solo de guitarra na escola neoclássica tipicamente escandinava. “See the New Generation” coloca o ponto final trazendo a mais ginasiana das letras, que, nas entrelinhas, reverbera o lema daquele programa de TV anual: “Depende de nós...”.


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