REVIEW: Neptune – “Northern Steel” (2020)


Neptune – “Northern Steel”

Lançado em 6 de novembro de 2020

Melodic Passion Records – IMP. – 43min


O álbum de estreia destes suecos só não é mais interessante que a história do grupo. Formado em 1980 pelos irmãos Reine “Ray Alex” (vocais) e Roland “Row Alex” Alexandersson (baixo), o Neptune foi, na época, encarado como promessa da emergente cena metal escandinava, que, em resposta à Inglaterra, apresentou bandas como 220 Volt, Europe (fase pré-“The Final Countdown”) e Heavy Load. Em sua breve existência, rematada em 1987, gravaram quatro demos que o tempo se encarregou de conferir o status de lenda e serviram de laboratório para músicos que se dariam um pouquinho melhor em outras frentes, como Jan Granvik e o próprio Ray Alex no Glory e Björn Melander no Gotham City. 


Trinta anos se passariam até o nome voltar à ativa e trazendo novidades com o lançamento de todas as demos na coletânea “Land of the Northern” (2018). A alegria durou pouco graças à morte prematura de Ray Alex em janeiro de 2019. No mesmo ano, “The Last Flight of the Rafven”, EP contendo suas últimas gravações, foi lançado. Coube a Row Alex a responsabilidade pela sobrevivência do grupo. Migrando do baixo para o microfone e aliando-se a um quórum de primeira, o irmão mais novo é o grande responsável pela celebração às raízes do metal sueco que ouvimos em “Northern Steel”.


Estruturalmente, o som obedece à simples e eficaz cartilha da velha guarda de riffs de poucas notas, ataque duplo de guitarras e o bom e velho bate-estaca na bateria. Bem tocado, sem dúvidas, mas tão apegado ao passado que mesmo as datadas pinceladas de teclado soam modernas. Na falta de ilusões de grandeza na forma, pretensões ao épico no conteúdo: músicas como “Viking Stone” e “Fallen Nations” nos transportam para as águas gélidas do Mar da Noruega e para os campos de batalha que redefiniram o curso da história do Velho Mundo. Já “Angels”, a melhor da primeira metade, aposta numa batida quase dançante e num refrão fácil e grudento. 


A segunda metade abre com a faixa título, recentemente convertida em videoclipe, e seu meio-termo entre hino de batalha e layout de industrial alemão. Mais adiante, a breve “Run for Your Life” garante lugar no pódio pelo mérito de, em seus pouco mais de três minutos, fazer o ouvinte repassar mentalmente o código de conduta do metal de antigamente; mais afeito ao espírito do rock setentista que à velocidade e mais preocupado com como a letra soa do que com o que ela quer dizer. O mesmo não se pode dizer de “Land of the Northern”, a mais complexa para os padrões do disco. Próximo à linha de chegada, “Ruler of the Sea” não deixa dúvidas: a batalha está só começando... e Odin está ao nosso lado!


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