Lançado originalmente em 1985
Classic Metal Records – NAC. – 35min
O sexto e derradeiro álbum de estúdio do Faithful Breath começou dando errado ainda no papel. O plano original era contar novamente com a produção de Michael Wagener — que havia mandado bem em “Gold ‘N’ Glory” (1984) —, mas isso provou ser impossível, visto que ele agora morava nos Estados Unidos e estava com a agenda lotada produzindo um campeão de vendas após o outro. Coube então ao engenheiro de som de discos como “Blackout” (1982) e “Love at First Sting” (1984) do Scorpions e braço direito do produtor Dieter Dierks, Gerd Rautenbach, assumir a responsa e, veja só você, os alemães nunca soaram tão claro e forte como em “Skol”.
Também nunca soaram tão pasteurizados, e isso de certa forma subtrai um pouco do peso que ostentavam até o momento e alinha o quarteto — Heinrich Mikus (vocais e guitarra), Thilo Herrmann (guitarra), Peter Dell (baixo) e Jürgen Düsterloh (bateria) — com um hard ‘n’ heavy pouco condizente com a indumentária viking. Esse conflito também é notável nas letras, que à exceção da faixa-título — um convite à bebedeira em memória dos que já partiram deste mundo —, prendem-se em temáticas contemporâneas com a profundidade de uma poça.
Não que isso seja ruim, mas versos como “Every day and every night / Babe you make me feel alright” de “Start It Up” ou “Tonight is the night we’re gonna make it happen” — chupadão do hino da disco music “I’m So Excited” das Pointer Sisters — de “Rock Rebels” indicam pouca ou nenhuma preocupação com o contexto, e isso pode causar estranhamento nos que se sentirem motivados a ouvir o som pela foto de capa. Aliás, um brinde aos que concordam que nas piores capas muitas vezes encontram-se os melhores discos. Em tempo: eu adoro esta capa!
Destacam-se no repertório a vigorosa “Inside Out” — fortíssima candidata a melhor música do grupo — e a dobradinha “Lady M.” e “Backstreet Heroes”, ambas fortes indícios de que a New Wave of British Heavy Metal, embora não fosse mais tão “new” em 1985, ainda ditava certos padrões estilísticos e temáticos em toda a Europa. Chama a atenção, por fim, a semelhança entre “Double Dealer” e “Dynamite” do Scorpions. A linha que separa influência de plágio poucas vezes foi tão tênue no rock. Compare e comprove.
Na sequência de “Skol”, que chega ao Brasil com o capricho típico dos relançamentos da Classic Metal Records, o Faithful Breath lançaria seu primeiro e único ao vivo, “Live” (1986), antes de mudar de nome para Risk, adotar um estilo mais voltado para o thrash metal e, entre 1988 e 1993, lançar cinco álbuns seminais para o gênero.
Gostou? Compre o CD aqui!
Comentários
Postar um comentário