REVIEW: Briar – “Crown of Thorns” (Relançamento 2021)


Briar – “Crown of Thorns”

Lançado originalmente em 1987

Classic Metal Records – NAC. – 39min


O que Ozzy Osbourne, Bruce Dickinson e o saudoso Lemmy têm em comum? Os três, na segunda metade dos anos 80, meio que apadrinharam o Briar, e fotos no encarte de “Crown of Thorns” não me deixam mentir. Lançado originalmente em 1987, o terceiro e penúltimo álbum de estúdio dos ingleses acaba de ganhar belíssima edição em CD — com direito a slipcase e encarte com letras e fotos — no Brasil pela Classic Metal Records. 


Embora o nome Briar seja frequentemente associado à New Wave of British Heavy Metal — não é para menos, visto que a banda surgiu em 1979 em Birmingham —, “Crown of Thorns” apresenta uma sonoridade muito mais afeita ao hard rock dos Estados Unidos, e seu repertório inclui autorais de caráter festeiro e covers do tipo “ame ou odeie” que são a prova de que, para Kevin Griffiths (vocais e baixo), Dave Fletcher (guitarra), Darren Underwood (guitarra) e Dean Cook (bateria), a zoeira não tinha limites. 



À época com respaldo da CBS / Columbia, o quarteto refez músicas como “Frankie”, do baluarte da disco music Sister Sledge, e “La Bamba”, de Ritchie Valens, com guitarras distorcidas e, no caso da segunda, arranhando no espanhol. Essas duas, juntamente com o peido que é a faixa 11 — corretamente denominada “Fart” —, compõem o quarto não vou dizer dispensável, mas que tampouco se ajuda na missão de ser benquisto pelo ouvinte.


Nas oito demais faixas, mais dois covers, só que nesses a banda acertou na mosca. “Just Another Day in the Life of a Fool” do Verity e o hino “The Boys Are Back in Town” do Thin Lizzy — dedicada a Phil Lynott, que morrera um ano antes — destacam-se não apenas pela energia aplicada em suas execuções, mas por serem provas de que às vezes a melhor versão é aquela que mais se aproxima da original. 



Na metade autoral, é impossível não destacar os refrães vencedores de “Back and Wild” e “Everyone’s Going Crazy” e o protótipo de metal melódico que faz de “Spirit of the Wood” não apenas a melhor do repertório, mas fortíssima candidata a melhor música da carreira do Briar. Na letra, um cidadão em idade avançada recorda-se de quando era “just a boy” e a vida era “just a toy” para então se dar conta de que tudo não passou de um sopro e de que nem mesmo poderes superiores, como os espíritos da mata ou da noite citados nos versos, têm a resposta para tudo. Parafraseando o bordão humorístico de vinte anos atrás, “é muita cuca no lance”.


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