REVIEW: Cannibal Corpse – “Worm Infested” (Relançamento 2021)


Cannibal Corpse – “Worm Infested”

Lançado originalmente em 30 de junho de 2003

Voice Music / Rock Brigade Records – NAC. – 23min


“O ato de assassinar é empoderador / O número exato de mortos será desconhecido”, diz a letra de “Systematic Elimination”, uma das três faixas inéditas de “Worm Infested”, EP do Cannibal Corpse originalmente lançado em 2003 que passados quase vinte anos finalmente ganha edição nacional em slipcase pela dobradinha Voice Music / Rock Brigade Records. Nos tempos da covid-19, sobretudo no Brasil de Bolsonaro, é impossível não associar a sanguinolência de versos tais quais os supracitados ao que se assiste diariamente nos telejornais ou, pior, se vivencia cada vez que um amigo, parente ou conhecido perde a batalha para esse vírus maldito. 



Mas a infeliz atemporalidade das letras é ingrediente ocasional; espera-se que pandemia e governo genocida não perdurem. Fica, portanto, a música, um sempre brutal convite a impiedosas rodas de pogo; aquelas que tanta falta fazem. “Worm Infested” é fruto de uma das épocas mais produtivas do Cannibal, quando álbuns como “Gallery of Suicide” (1998) e “Gore Obsessed” (2002) geraram sobras que a banda, à época formada por George “Corpsegrinder” Fisher (vocais), Jack Owen (guitarra), Pat O’Brien (guitarra), Alex Webster (baixo) e Paul Mazurkiewicz (bateria), julgou serem boas o suficiente para compor um EP. 



A capa, uma das mais perturbadoras entre todas já ilustradas por Vince Locke para a banda — “A volta dos mortos vivos” encontra “Vagina dentada” —, faz jus ao conteúdo. Às autorais “Systematic Elimination”, “Worm Infested” — cuja letra descreve o devaneio de um necrófilo canibal à procura de uma mulher “morta há treze anos / a prostituta perfeita para satisfazer minhas necessidades” e não desanima diante do estado avançado de decomposição na qual ela se encontra — e “The Undead Will Feast” — de “Eaten Back to Life” (1990), refeita em 1996 com Fisher nos vocais e, até 2002, lançada somente no Japão — somam-se três covers de nomes frequentemente citados entre as principais influências do grupo: “Demon’s Night” (Accept), “Confessions” (Possessed) e “No Remorse” (Metallica); todas com a brutalidade típica da banda de death metal cuja obra completa pode ser descrita como essencial para o gênero. E este EP não é uma exceção. 


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