REVIEW: Hylidae – “Unbreakable Curse” (2021)


Hylidae – “Unbreakable Curse”

Lançado em 31 de janeiro de 2021

Independente – NAC. – 41min


Uma década marcada por hiatos e mudanças na formação não foi capaz de desanimar Aldine (vocais) e Bala Padula (bateria). Acompanhada pelo baixista Anderson Cassidy e pelo guitarrista Erbesson Chaves, a dupla comanda o Hylidae em seu segundo e melhor trabalho. Lançado em 31 de janeiro, “Unbreakable Curse” é a coroação de dois anos de trabalho duro e investimento pesado, e basta apertar o play para que se venha a certeza de que com as pedras no meio do caminho os acreanos construíram seu castelo. 


O som, embora enraizado no thrash e no death, possui ingredientes do black — ouço muita influência de Cradle of Filth, principalmente na voz, e do Dimmu Borgir das antigas, aquele que prestava — e fritações que nem sempre figuram entre os ingredientes fundamentais da receita do metal extremo; cortesia do virtuoso Chaves, que não poupa técnicas e notas em seus solos na velocidade da luz. 



Em perfeito diálogo com o rolo compressor do instrumental, letras que são o puro suco do desprezo e da revolta perante a odiosa natureza humana (“Hell is Hollow”) e os falsos profetas (“Weak Minds”). Em “Home of Souls” fala-se de corpos cheios de vermes. No cardápio do jantar em “Warrior Spirit”, entranhas. Dá para sentir o cheiro de sangue no ar na perturbadora “Serial Killer”. Conteúdo explícito nível Cannibal Corpse. 


Em “The People’s Temple” temos, além de uma aula sobre o massacre em Jonestown (1978), um grito de alerta a favor do livre-arbítrio. Já a derradeira “A Ghost of Hank Williams” — ou seria “The Ghost of Hank Williams”, como listada nas plataformas digitais? — conta a história de um pacto com o diabo que dá errado: “Montei meu cavalo e cavalguei até a encruzilhada, veja só que surpresa, Satanás não estava lá”, diz a letra que transita entre o alívio cômico e o sobrenatural às avessas. Nada mais adequado ao velho Hank. 


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