RESENHA: Artillery – “Terror Squad” (Relançamento 2021)


Artillery – “Terror Squad”

Lançado originalmente em 24 de abril de 1987

Voice Music / Rock Brigade Records – NAC. – 39min


O ano e oito meses que separam “Fear of Tomorrow” de “Terror Squad” coincidiu com um dos períodos mais inspirados da história do Thrash Metal. Entre os álbuns clássicos lançados entre agosto de 1985 e abril de 1987 estão “Spreading the Disease” do Anthrax, “Peace Sells... But Who’s Buying?” do Megadeth, “Reign in Blood” do Slayer e o maior de todos, “Master of Puppets” do Metallica; isso para ficarmos restritos às bandas chamadas de Big Four do gênero, pois a lista é excepcionalmente longa.


Se não fosse a concorrência desleal, é certeza que o segundo álbum dos dinamarqueses do Artillery seria mais festejado. Ainda assim, em comparação com o que se ouve em seu antecessor, “Terror Squad” apresenta uma banda em um estágio mais avançado de seu desenvolvimento, seja na música — pesadíssima, construída sobre riffs que só de pensar sinto as mãos dormentes, exaustivas e emagrecedoras levadas de bateria e um vocal do tipo ame ou odeie —, seja nas letras, que seguem à risca o teor proletário e contestatório típico das bandas da New Wave of British Heavy Metal. 



Na pauta da assembleia proposta por Flemming Ronsdorf (vocais), Jorgen Sandau (guitarra), Carsten Nielsen (bateria) e pelos irmãos Michael (guitarra) e Morten Stützer (baixo) estão meio ambiente e a vida no planeta (“The Challenge” e “At War with Science”), injustiças sociais (“In the Trash” e “Hunger and Greed”) e violência policial (“Terror Squad”). Versos como “We are building new weapons protecting the peace” e “Pollution has caused destruction of life” não poderiam ser mais atuais.


Em “Let There Be Sin”, o ataque é às religiões organizadas: “Se Deus e o diabo estão em guerra, deixe-os lutando para lá”, propõe a letra. “Se Deus é tudo isso mesmo, então prevalecerá.” Mais adiante, “Therapy” descreve os horrores por trás de uma internação na ala psiquiátrica amarrado à cama, deprimido e sem a menor noção do tempo. Na saideira “Decapitation of Deviants” somos lembrados que (1) se merda fosse dinheiro, pobre nascia sem cu e (2) a vida é para ser vivida. Ou seja, aproveite ao máximo com o que tem no bolso.



Fugindo ao que virou regra na série Rare Archives, o presente relançamento de “Terror Squad” assinado pela parceria Voice Music / Rock Brigade Records carece de bonus tracks. Inclui, no entanto, encarte com todas as letras e aquele pôster dupla-face 36 cm x 36 cm que você dificilmente colocará na parede. Afinal, escolher um dos lados é dar adeus para sempre ao outro.


Gostou? Compre o CD aqui!


Comentários