RESENHA: Wildfire – “Summer Lightning” (Relançamento 2021)


Wildfire – “Summer Lightning”

Lançado originalmente em 1º de abril de 1984

Hellion Records Brazil – NAC. – 47min


O Wildfire soa muito mais entrosado em “Summer Lightning”. Além de o tempo ter cumprido seu papel, Paul Mario Day (vocais), Martin Bushell (guitarra), Jeff Summers (guitarra), Jeff Brown (baixo) e Bruce Bisland (bateria) contaram com um aparato e tanto para gravar seu segundo e derradeiro álbum: a unidade móvel de gravação dos Rolling Stones. O caminhão cujo baú continha um dos estúdios mais modernos do mundo tinha história para contar: nele foram gravados os icônicos “Exile on Main St.”, “Machine Head” e “Led Zeppelin IV”, entre outros clássicos do rock. 


Mas a referência sonora para “Summer Lightning” passou longe de Stones, Purple e Zeppelin. Na época, o que não saía do walkman do produtor Guy Bidmead era um K7 do Bon Jovi. A busca pelo ear candy, somada ao fato de a banda ter iniciado os trabalhos em meio a uma turnê pela Europa, tornou o processo árduo o bastante para minar a amizade que havia entre os cinco. Então, por melhor que tenha sido o resultado, sua obtenção custou caro para o Wildfire, que acabaria se separando em 1985. 



Os vinte segundos que duram “Prelude in F Flat Minor” — entendeu a piada no título? — mal preparam o ouvinte para o estouro da manada de “The Key”, que depois de chupar “Neon Knights” do Black Sabbath na introdução permite-se ser chupada pelo Extreme em “Warheads”; os refrões são iguaizinhos. A letra narra a descoberta de uma cidade perdida cujas pessoas foram embora deixando para trás um quebra-cabeça a ser resolvido. Já “Gun Runner” fala sobre arriscar a vida pilotando em alta velocidade. Nada mais inglês do que um tributo à Fórmula 1. 


Na gráfica, “Un-natural Selection” foi rebatizada para “Natural Selection” adquirindo um caráter darwinista que nada dialoga com a letra antiguerra. Aliás, o tema é recorrente no álbum; seja na autoexplicativa “Fight Fire with Fire”, seja em “Passion for the Sun”, um tributo aos jovens soldados que perderam suas vidas nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial. Para o single “Jerusalem” — aqui presente na forma de bonus track —, as inspirações foram Rainbow e Mozart. Já em “Nothing Lasts Forever”, à época lançada como primeiro single, a inspiração foi... bem, foi o que tocava no rádio na época e a própria banda reconhece o quanto é rasa e o quanto sua escolha foi equivocada. 



A exemplo de “Brute Force & Ignorance” (1983), também relançado pela Hellion Records este ano, “Summer Lightning” chega às lojas no formato slipcase incluindo um pôster. No encarte, uma entrevista com Summers e diversas fotos. Não preciso nem dizer que a tiragem é limitada, né?


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