ENTREVISTA: Paulo Jr. fala sobre “Sepulquarta” e a volta do Sepultura à estrada


Em 2020, o Sepultura lançou não apenas um dos melhores discos do metal nacional no ano, como também um dos melhores de sua carreira. No entanto, toda a divulgação prevista para “Quadra” — que incluía uma turnê mundial — teve de ser adiada em razão da pandemia. A dois meses de finalmente matar a saudade da estrada, Paulo Jr. (baixo), Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (vocais) e Eloy Casagrande (bateria) estão lançando “Sepulquarta”, originado a partir das lives semanais repletas de convidados especiais realizadas no YouTube durante o período mais severo das restrições. Conversei com Paulo, que deu mais detalhes sobre o lançamento, antecipou os próximos passos da banda e revelou, entre outras coisas, qual dos seus discos merecia ser mais reconhecido. Boa leitura!


Fotos: Marcos Hermes / Divulgação


Marcelo Vieira: Na impossibilidade de fazer uma turnê para divulgar o “Quadra”, vocês embarcaram na boa das lives que culminaram no lançamento do “Sepulquarta”. Mais que uma maneira de manter a coisa rolando, pode-se dizer que isso foi, de certa forma, um paliativo, terapêutico para vocês quatro?

Paulo Jr.: Acredito que foi terapêutico para todo mundo. [Risos] Era uma forma de a gente estar em comunicação com os fãs principalmente e com os amigos. Foi a maneira que a gente achou de não perder esse contato. 


MV: Em que momento veio a ideia de transformar isso num álbum? 

PJr.: Então a gente começou a fazer esses bate-papos e tentar trazer um pouco da história do Sepultura; amigos, músicos e pessoas de outros segmentos que fizeram e fazem parte da história do Sepultura. E acabou ficando mais legal do que a gente imaginou. Então no meio do caminho foram surgindo ideias; “Olha, eu acho que isso aqui dá um disco, hein?!” e fomos conversando, destrinchando, e acabou saindo o disco. Esse processo aconteceu nesse tempo, não foi uma coisa pensada; tanto é que esse lance de “acabou ficando mais legal do que a gente imaginou” é por causa disso. Eu estava em casa, gravei [as minhas partes] no meu computador, mandava os áudios picados. O Andreas montava [o áudio] e o nosso webmaster, o Bruno, fazia o sync, editava a parte de vídeo e colocava no ar. Virava meio que um videoclipe caseiro oficial. 


MV: Considerando que tudo rolou de maneira remota, com equipamentos tão diferentes, qual foi a mágica que vocês fizeram para que tudo soasse tão uniforme?

PJr.: Quando a gente percebeu que isso dava material para virar um disco, pegamos o Conrado, técnico de estúdio que trabalha com a gente. Aí ele fez uma mixagem de gente grande, um trabalho mais minucioso, e fez soar bem melhor. 


MV: Vocês chegaram a ter de regravar algumas partes para obter melhor qualidade?

PJr.: Não tem overdub nenhum; é o que a gente gravou. Não teve nenhuma correção. Praticamente é o que foi montado pelo Andreas. Só que o Conrado fez uma mixagem de gente grande, dentro de um estúdio com a parafernália toda. Ele só melhorou o que já estava bom. Ele é aquele cara que tem uma visão diferenciada na parte técnica.



MV: Eu queria falar sobre a escolha do repertório. “Territory”, “Inner Self”; existem músicas que não se tem como deixar de fora. Mas aí, por exemplo, vocês resgataram “Hatred Aside”, “Cut-Throat”... Como rolou essa escolha do repertório? O convidado teve algum input ou vocês já entregaram a proposta definida e perguntaram se a pessoa topava ou não?

PJr.: De semana em semana a gente ia conversando com o pessoal da nossa equipe, pensando nos convidados. Muitos convidados que a gente queria que participasse não entraram por causa de agenda; tinha gente já gravando disco em casa, outros projetos. Semana a semana a gente foi tentando encaixar todo mundo. Cada um de nós tinha um contato. Eu, por exemplo, tinha o contato direto do Devin Townsend, mandei um recado pra ele, ele achou do caralho a ideia. Aí eu passava a bola pro Andreas. Parte dos arranjos eu dizia “Aí você resolve, Alemão. Vocês decidem a música aí e pra mim tá tudo certo”. E a gente foi sugerindo, surgindo o que encaixa melhor. Às vezes o próprio convidado sugeria a música e a gente ia fazendo. Mas foi um processo semana a semana. Essa pessoa estava disponível tal dia; então dávamos conta. Cada um fazia sua parte. Mandava pro Andreas fazer o áudio e depois pro Bruno montar o clipe. 


MV: Você pode dar alguns exemplos de músicos que vocês convidaram e por quaisquer razões não puderam participar?

PJr.: Um dos bate-papos foi com o baixista do Faith No More, Billy Gould, e nessa época a gente não tinha nem pensado em chamar os convidados. Depois que pensei nele, ele já estava ocupado, porque é produtor, tem um estúdio em casa em São Francisco, estava gravando e mixando outras bandas. “Futuramente, quem sabe?” O próprio Mike Patton estava muito ocupado, mas já subiu no palco com a gente algumas vezes. Tentei falar com o Dave Lombardo; ele estava em estúdio gravando e infelizmente não pôde fazer. Foi um processo de ver quem estava disponível a cada semana, quem podia fazer. Tentamos chamar o Steve Vai; ele estava gravando disco. Uma hora dá certo.


MV: Eu estava esperando aqui se você respondia o Jason Newsted. Vinte e três anos atrás ele tocou com vocês no VMB [Video Music Brasil, premiação realizada anualmente pela extinta MTV Brasil] em 1998. É um superentusiasta na banda...

PJr.: A gente não tem o seu contato direto. Se o Andreas, que é o Andreas, não tinha o contato, imagina eu! [Risos] Jason é meio “bicho do mato”. [Risos]



MV: Todas as participações no “Sepulquarta” são ligadas ao universo do rock e do metal. Mas considerando a brasilidade de muitas músicas do repertório de vocês, e amparado em experiências prévias como o “Zépultura” [show ao lado do cantor Zé Ramalho, na edição de 2013 do Rock in Rio], o show com o grupo francês Les Tambours du Bronx [também no Rock in Rio de 2013], você acredita num álbum em parceria com artistas de fora do rock e do metal? 

PJr.: Sempre acredito nessas coisas, principalmente pela história que a gente tem de estar sempre experimentando. Inclusive, quando fizemos [a música “Orgasmatron”] com o Ney Matogrosso até surgiu a ideia. Mas apesar de o Ney hoje em dia ser um artista mais pop, a escola dele é o rock and roll. Como o Zé Ramalho, que é um cara superroqueiro. É por isso que acho que dá tanto certo. Querendo ou não, o rock está na base de tudo. Então tudo ajuda essa junção. A linguagem é mais fácil de entender. 


MV: Se pudesse escolher alguns que você acha que dariam boa liga com o Sepultura, quem seriam eles?

PJr.: Vixe. Querendo ou não todo mundo tem uma vertente no rock. Eu queria o Stewart Copeland, do The Police, um cara por quem tenho muita admiração. Todos eles vão caindo no rock, mesmo que seja uma coisa mais pop assim. De repente um Roberto Carlos, um Peter Gabriel. Os Hermeto Pascoal da vida, alguns jazzistas. De uma forma ou de outra você acaba caindo no rock. 


MV: Qual versão presente no “Sepulquarta” foi mais trabalhosa de encaixar e por quê?

PJr.: O grau de dificuldade foi bem parecido [em todas]. A que deu mais trabalho de conexão em termos mais técnicos foi a “Ratamahatta”. São três baterias nela. Então o Eloy teve que desenhar o mapa e conversar com o Charles [Gavin] e com o [João] Barone e acertar isso entre eles para poder entregar a cama pronta para a gente. 

Essa parte de edição da bateria foi a mais “chata” pelo próprio instrumento; não é fácil carregar, montar, microfonar uma bateria, tirar o som de cada peça. Guitarra e baixo hoje em dia você tem simuladores, pluga um cabo no computador e tem uma série de facilidades. No computador você tem o equivalente a um microestúdio com você o tempo todo. E no começo a ideia era essa; era uma jam. Fazer um negócio caseiro usando o que você tem.



MV: Às vezes tenho a impressão de que as bandas brasileiras só passam a ser valorizadas no Brasil após serem “validadas” pela crítica ou pelo público lá de fora. Você sente isso também? 

PJr.: Isso é normal. Já passamos por isso também. Acho que está no sangue do brasileiro dar mais valor ao que é dos gringos. A gente tem que respeitar a “gringaiada”; eles são bons no que fazem. Mas a maioria das vezes é isso que acontece. Quando você é aclamado fora do seu país, é que o povo realmente começa a pensar que você é bom. Não estou falando nem só do eixo do heavy metal, mas no contexto geral da coisa. Isso é a cultura do brasileiro.


MV: Ao se poder observar o comportamento dos fãs lá fora, o que você diria que o headbanger brasileiro tem a aprender com o gringo? 

PJr.: Acho que não é só o headbanger, não; é geral. Aprender a ter um pouco mais de educação e respeitar mais um pouco. Não estou falando que os gringos são melhores ou mais perfeitos do que a gente. Mas, quando se viaja muito e se tem muito contato com o povo lá de fora, aí é que se vê a diferença. Algumas regras são necessárias para o bom funcionamento da sociedade. O problema do brasileiro é que ele acaba “brasileirando” essas regras; o “jeitinho”, sabe? É cultural. Nossa educação não é mais tão rígida. 


MV: E em que aspectos o headbanger brasileiro dá aula para o gringo?

PJr.: Em termos de fanatismo pelo heavy metal o brasileiro é igual, se não for mais fanático. Vide os grandes festivais. Quando as bandas gringas vêm ao Brasil, ficam superextasiadas e até comentam: “Não esperava!”. A cultura do heavy metal é bem parecida, o que a diferencia é a educação de cada país. E o brasileiro tem o seu jeito de ser.


MV: Essa semana o Rock in Rio anunciou Sepultura + OSB no Palco Mundo da edição de 2022 do festival... 

PJr.: [Interrompe] Aê, de novo, pela terceira vez! [Risos]


MV: Tudo bem que ainda falta um bocado, mas vocês já começaram a pensar no show, a definir as músicas? E por ser um evento que colocará o Sepultura em um patamar muito seleto dentro do metal rola uma expectativa adicional?

PJr.: Expectativa sempre rola. A gente vai fazer a abertura [do festival]. Acredito que seja um repertório mais reduzido. Não sei exatamente o que vai ser tocado ainda, mas já tivemos experiências com orquestras sinfônicas; algumas músicas já foram adaptadas para tocar com orquestra; e acredito muito que os temas do “Machine Messiah” (2017) e do “Quadra” estarão envolvidos. Mas é difícil falar agora. Tenho certeza de que o Alemão já está mais ou menos com o repertório na cabeça; já deve estar conversando com o maestro há muito tempo. Mas vamos esperar. 



MV: Ao reler algumas revistas especializadas em rock e metal antigas pude perceber que os jornalistas, ainda que nas entrelinhas, fomentavam uma competição entre o que seria o verdadeiro metal e o suposto falso metal. É curioso ver que essa separação persiste no subconsciente do público até hoje. Você acha que isso é o tipo de coisa que depõe contra o estereótipo do headbanger? 

PJr.: Jornalistas [especializados] são muito chatos porque tentam criar várias vertentes. Para mim, é tudo heavy metal. Ou é rock ou heavy metal. Nem o próprio Motörhead gostava de ser chamado de banda de metal. Eles já tinham aquela pegada mais agressiva que a gente cresceu escutando e foi superinfluenciado. E o Lemmy fazia questão de dizer que o Motörhead era uma banda de rock and roll. E o Judas Priest, heavy metal. Eu chamo tudo de heavy metal. É mais fácil e menos complicado. Se o cara põe uma sanfona, fodeu. Aí aparece um gênero do nada.


MV: Essa segregação por gêneros é patrimônio nacional ou lá fora também rola alguma dificuldade para abraçar diferentes vertentes?

PJr.: Lá fora tem mais mistura nos festivais. Você vê todas as vertentes do rock e do metal mais misturadas. Acho que é isso que tem que começar a acontecer aqui também. Esse Rock in Rio [que está por vir] já traz mesmo uma mudança; você tem a velha escola do Iron Maiden e outras gerações posteriores. 

Posso falar só em nome do Sepultura. A gente já tocou em um festival na Noruega meio jazzista, pelo fato de a gente ter esse suingue diferente, brasileiro, os caras acham interessante, mesmo uma banda já velha como o Sepultura. A gente acaba sendo convidado e tocando em alguns festivais na Europa que não têm uma pegada totalmente rock ou metal, e isso é bacana. Os gringos percebem isso e promovem essa mistura de linguagens nos festivais, o que é interessante.  


MV: Nos anos 90 virou quase uma febre no Brasil a coisa do metal melódico e power metal. Houve algum momento em que o Sepultura se sentiu “ameaçado”?

PJr.: Não, nunca. [Risos] A gente tinha e tem até hoje a nossa carreira. Nada disso atrapalhou o que o Sepultura era e é. A gente continua carregando a nossa bandeira.


MV: O que cansa mais: ter de a toda hora responder que uma reunião com o Max não está nos planos ou deixar bem claro que não é do interesse de vocês se manifestar publicamente a respeito de opinião política?

PJr.: Todas essas aí! [Risos]


MV: Você chegou a ouvir a música que o Gojira gravou em homenagem a vocês [“Amazonia”]?

PJr.: Ouvi algumas vezes, mas não sou de escutar muito Gojira. Quem curte isso é o Eloy. Sou roqueiro velho; gosto de Rush, Black Sabbath, Deep Purple, King Crimson, Genesis. É difícil eu pegar coisas [novas], sou meio cabeça dura pra essas coisas. Mas escutei, sim. Ficou legal. Timbre bem parecido com o nosso, né? [Risos] Mas tá valendo. Tudo por uma boa causa.



MV: Quais são os discos definem o seu gosto musical de “roqueiro velho”?

PJr.: “Killers”, do Iron Maiden. “British Steel”, do Judas Priest. Do Black Sabbath escolho o “Born Again”.


MV: “Born Again” que já cobre Black Sabbath e Deep Purple no mesmo álbum, né? [Risos]

PJr.: Tá vendo? [Risos] “No Sleep til Hammersmith”, do Motörhead. Rush, sem dúvida, o divisor de águas, “Moving Pictures”. Depois comecei a aprofundar mais no progressivo. Yes, King Crimson, as doideiras com uns baixistas loucos. [Risos]


MV: Qual o disco do Sepultura que você olha hoje e pensa: “Hum, merecia ter tido mais destaque/divulgação” etc.? Qual você diria que é o “menosprezado” da família e por quê?

PJr.: Acho que o “Roorback” (2003). É um disco mais obscuro, né? Inclusive eu gostaria muito de voltar a tocar músicas dele. Não sei se na época foi mal trabalhado; de repente era aquela mutação toda que estava acontecendo na indústria. Mas é um disco que acho que dá pra resgatar bastante coisa. 

A gente tocou algumas coisas do “Dante XXI” (2006) na última turnê e quando você começa a reouvir tudo depois de tanto tempo vê que tem muita coisa interessante guardada. Só que pra montar um repertório hoje é difícil pra caralho. A gente já vai começar a turnê do “Quadra” tocando mais da metade do disco. A gente nunca tocou meio disco num início de turnê. 

Ambos “Quadra” e “Machine Messiah” têm muito a ver com essa nova era do Sepultura, principalmente na parte percussiva. Tem muita coisa que eu já dei ideia [de tocar], e os caras disseram: “Não, essa música, não.” Aí começa a briga. Então tá bom, foda-se. [Risos]



MV: Essa decisão de tocar metade do “Quadra” ao vivo foi por vocês enxergarem a qualidade desse material ou por estarem vendo o quanto ele foi bem aceito pelo público?

PJr.: Tudo. E também o desafio. É um disco difícil pra todo mundo. Quando a gente começou a ensaiar antes da turnê americana, a gente sentiu a parte física da coisa. E a gente aos pouquinhos vai adicionando outras músicas no repertório. Lógico, essas primeiras pernas [da turnê] serão em cima do “Quadra”. Quando entrarem os festivais, dependendo do festival, você tem um tempo reduzido. Ou quando a gente não for a banda principal tem que mudar um pouco o repertório, reduzir. Quando for a turnê do Sepultura como banda principal, aí a gente pode estender mais, cerca de 1h40 de show. Vamos ver até onde a gente aguenta.


MV: Quais as músicas do “Quadra” que você está mais ansioso para ver como se comportam ao vivo?

PJr.: Todas têm um certo grau de dificuldade. Mas acho que a “Pentagram”, que é instrumental, é um pouco mais chatinha de tocar. Para mim é um novo desafio.


MV: Qual o segredo para manter o tônus e não deixar a peteca cair sobre o palco? 

PJr.: Cada um tem o seu preparo. Eu faço alongamentos antes de tocar, me aqueço. Mas é o ritmo de show, não adianta. Você pode se preparar até dizer chega, ensaiar, mas na primeira semana você vai sofrer, porque vai entrar com outra adrenalina. No palco é uma coisa diferente. Até se reacostumar. É igual entrar em um campo de futebol. É no dia a dia que a parte física e a parte técnica se adaptam. No começo chega na quarta música e você já não aguenta mais. Aí tem que mudar o jeito de tocar para poder reajustar. Mas aí vai passando. Depois de uma semana você já começa a tocar mais solto. 


MV: A saudade do palco está muito grande?

PJr.: Ô! Nem sei como vai ser, mas vambora! [Risos] 



MV: Quais vão ser os formatos de lançamento do “Sepulquarta”?

PJr.: Acho que todos. Vi o vinil já. Tem o CD. Tinha gente pensando até em voltar com a fita K7. Falei: “pra quê? Vinil tá bom!” CD tem anos que eu não compro; vinil, não. Com a volta do vinil, você não precisa comprar o CD. Com o vinil você pega toda a arte do disco, igual à que você possuía antigamente. 

Mas o digital é o futuro, não tem mais como fugir dele. Formato digital que você tem 100 mil músicas no seu telefone é uma maravilha pra quem viaja. Antigamente você carregava uma mala só de fita K7 e fita VHS pra ouvir e assistir nos ônibus, viajando. Hoje em dia, não. O vinil voltou. A maioria das coisas eu escuto pelo telefone, mas, quando acho uma coisa interessante, vou lá e compro o vinil e deixo para as horas especiais. Ferramenta digital, principalmente para pesquisa, é muito mais vantajosa, é rápida.


MV: A pandemia vai render um álbum para o Sepultura? Algo como uma crônica dos tempos pandêmicos?

PJr.: Tenho certeza de que o Andreas já tem bastante coisa escrita e o Derrick idem. Os dois são os caras criativos, principalmente estando em casa, tocando dez horas por dia. Estão sempre produzindo. Eu sou um cara mais preguiçoso. Acredito que venham algumas reflexões aí no futuro, mas a gente está concentrado no “Quadra”, tem muita coisa para rolar. Juntando “Quadra”, com “Sepulquarta”, “Machine Messiah” e “The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart” (2013), dá muito caldo. Fora o repertório antigo; não dá pra fugir dele. A briga é boa! [Risos]


MV: Vamos encerrar com um recado para os fãs?

PJr.: Agradeço a lembrança. Estamos superansiosos para voltar à estrada. Espero que essa pandemia sirva de lição para muita gente, inclusive a gente, para que aprendamos a nos cuidar mais, a nos respeitar. O povo precisa enxergar que não acabou ainda. Estamos caminhando, mas não acabou ainda. Respeitar os protocolos, as leis e o próximo. Às vezes você transmite o vírus sem saber. E às vezes tem uma pessoa que é menos afortunada que você, que não é tão saudável quanto você... A gente agradece todo dia por ter saúde e estar conseguindo atravessar essa fase tão ruim da história da humanidade e aprender com isso para que isso não se repita. Mas em breve estaremos na estrada de novo, fazendo o que a gente mais gosta de fazer, que é tocar heavy metal.


Saiba mais sobre o Sepultura em www.sepultura.com.br e sobre “Sepulquarta” no site Igor Miranda.  


Comentários

  1. Meu primeiro show do Sepultura foi em 1998, turnê do Against. Roorback e Dante sempre foram meus álbuns preferidos. Não vejo a hora de ver um show da banda da minha vida. Seria muito bom termos shows comemorativos dos álbuns, como tivemos do Arise, Chaos e Roots (que por sinal fui em todos).

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