RESENHA: Avenger – “Blood Sports” (Relançamento 2021)


Avenger – “Blood Sports”

Lançado originalmente em 1984

Classic Metal Records – NAC. – 44min


Aposto que você não sabe que Brian Ross, mais conhecido por seus trabalhos à frente do Blitzkrieg e do Satan, foi o vocalista original do Avenger. No vai e vem da New Wave of British Heavy Metal, ele acabaria sendo substituído pelo mesmo Ian “Swifty” Swift que substituíra no Satan em 1983, mas não sem antes gravar uma demo sem nome (1982) e o compacto “Too Wild to Tame” — cover de uma música do supracitado Blitzkrieg — pouco antes de dizer adeus. 


“Love’s Too Late”, uma das cinco faixas gravadas por Ross na demo aparece como bonus track da nova edição de “Blood Sports”, agora em formato jewel case, que acaba de ser lançada no Brasil pela Classic Metal Records com acabamento luxuoso. O DNA do cara também está presente em “On the Rocks”, faixa 5 deste, que é o disco de estreia do Avenger. Nela, como nas outras oito do repertório original, ouve-se o ingrediente speed típico das bandas da NWOBHM que, ao optarem por fugir do arquétipo à Iron Maiden, tornaram-se diretamente responsáveis pelo distinto som do thrash metal estadunidense.



Mas ao contrário de Jaguar, Raven e outros grupos cujo lema parecia ser velocidade acima de tudo, o Avenger mostra alguma inclinação a melodias e parece reconhecer o valor do descanso — vide a seção central de “Victims of Force”. Corrobora com isso o fato de Swift cantar grave, na contramão dos histriônicos e operísticos que dominavam a cena. Individualmente, Gary Young (bateria) e Mick Moore (baixo) destacam-se pela segurança com que tocam, enquanto Lee Cheetham (guitarra) merece aplausos por produzir solos que não soam como mero emaranhado de notas.


Dito isso, o único problema de “Blood Sports” — além da tétrica capa — é a produção flat de Martin Smith — mesmo produtor da estreia do Angel Witch (1980) —, a qual nem mesmo a masterização realizada por Bart Gabriel em 2017 foi capaz de conferir algum brilho. Tudo soa desnecessária e demasiadamente cru, e isso subtrai de músicas como as excelentes “You’ll Never Take Me (Alive)”, “N.O.T.J. (Night of the Jackal)” e “Matriarch” (cover do Montrose) o potencial para clássicos indiscutíveis do estilo. Uma pena.


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