RESENHA: Witchfynde – “Lords of Sin: 35th Anniversary Edition” (2020)



Witchfynde – “Lords of Sin: 35th Anniversary Edition”

Hellion Records – NAC. – 58min


Quando foi à falência em outubro de 1986, a Mausoleum Records levou para o buraco a carreira de muita gente. Na lista de bandas que jogaram a toalha, o já veterano Witchfynde, que, curiosamente, havia acabado de lançar seu álbum bem-produzido. Ainda que não possua o status de cult de “Give ‘Em Hell” (1980) ou o repertório matador de “Stagefright” (também de 1980), “Lords of Sin” (1984) tem seus predicados. O grupo, à época composto por Luther Beltz (vocais), Montalo (guitarra), Ed Wolfe (baixo) e Gra Scoresby (bateria), nunca soou tão acessível e alto nível como aqui.


O satanismo que insistem em apontar como principal ingrediente do som na verdade é mero coadjuvante e fica restrito à capa e a um verso aqui, outro ali, que permitem uma leitura mais profana; que o digam o roteiro de filme de terror que é a faixa-título e a igualmente intrigante “Hall of Mirrors”. O grosso do que se ouve ainda é um retrato do dia a dia de jovens sem um tostão no bolso pelas ruas de uma Inglaterra esquecida pelas autoridades; pano de fundo de uma cena efervescente que projetou tantos para o estrelato e muitos mais — o Witchfynde incluso — para o rodapé da história.


Das nove faixas, apenas “Stab in the Back” e “Conspiracy” ainda encontram vaga no setlist ao vivo da banda; o que é um sacrilégio dado o clima de roda de pogo de “Scarlet Lady” e da sugestiva “Wall of Death”. Na contramão da porradaria, “Heartbeat” — que traz um refrão que fica na cabeça e o melhor solo de guitarra do disco — e a hard rocker “Blue Devils” são um baita indicativo dos rumos mais comerciais que o quarteto poderia ter tomado; e, quem sabe assim, sobrevivido.


A presente edição nacional da Hellion Records comemora os 35 anos de lançamento do disco com a inclusão de quatro bonus tracks ao vivo — extraídas do compacto “Anthems” (1984) — e som restaurado e remasterizado por Neudi, que já virou referência quando o assunto é dar novo polimento aos metais das antigas cujo resgate nunca esteve tão na moda.


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