ENTREVISTA: as perguntas a Kee Marcello que ficaram de fora da Guitarload #120


Nem todas as perguntas feitas durante a entrevista que realizei com o guitarrista Kee Marcello (Europe, Kee of Hearts, Out of This World) para a edição #120, de março de 2022, da Guitarload entraram no corte final da entrevista (disponível para assinantes em www.guitarload.com.br). Em razão disso, aqui estão elas. Boa leitura!


Transcrição: João Marcello Calil

Fotos: David Beranek / Divulgação


Marcelo Vieira: O que você pode dizer sobre o estilo de trabalho do Ron Nevison [produtor] que combina tão bem com os seus objetivos musicais?

Kee Marcello: Acho que é o pensamento orgânico dele. Quer dizer, eu estava realmente online vendo ele trabalhar na mixagem, e ele o fez como costumava fazer antigamente. Nada de ficar sentado em frente ao computador mexendo no mouse; ele utiliza os recursos da mesa de som como um produtor de verdade. E tudo acaba soando incrivelmente perfeito. Ele é o meu profissional de mixagem favorito.


MV: Até onde eu sei, o Kee of Hearts [banda de Kee com o vocalista Tommy Heart, do Fair Warning] fez apenas um show em 2018. Pelo contrário, podemos esperar que o Out of This World [também com Heart] caia na estrada?

KM: Com certeza! Estamos falando sobre isso agora. Não sei como está a situação no Brasil no momento, mas aqui na Suécia, por exemplo, quando os protocolos da Covid-19 acabarem, devemos reabrir totalmente, e muitos países da União Europeia farão o mesmo, então acho que, sim, será questão de tempo até cairmos na estrada. Ninguém sabia quanto tempo duraria essa coisa da pandemia, mas agora parece que está chegando ao fim. Vamos torcer!


MV: Na primeira audição do disco do Out of This World, a música “The Warrior” chamou minha atenção. É uma faixa rápida, na tradição de “Hot for Teacher” do Van Halen com uma letra que soa como um desabafo. Essa análise faz sentido?

KM: Faz, mas não é um desabafo em relação a uma coisa específica, é mais geral, sabe? A ideia da música é inspirar as pessoas a trazerem à tona o guerreiro interior, porque dentro de cada um há um guerreiro capaz de fazer muito mais do que realmente acredita que pode fazer. As pessoas têm tanta energia e talento, muito mais do que jamais saberiam. Essa é a mensagem em “The Warrior”. Quanto ao instrumental, é muito divertido de tocar. A música começou comigo e com o Darby [Todd, baterista] passando o som; ele soltou a batida e eu improvisei o riff por cima. Daí ele disse: “Esse riff é ótimo, por que você não faz uma música com ele?”, e foi aí que a música surgiu. E vai ser muito divertida de tocar ao vivo!



MV: Ano passado você lançou um single chamado “Don’t Miss You Much”. Haverá mais novidades para sua carreira solo este ano?

KM: Haverá, sim. Agora posso dizer que tenho uma música solo nas paradas aqui na Europa. Ela chegou ao primeiro lugar na Suécia, na Dinamarca e na Bélgica e está entre as dez mais na Alemanha e na Inglaterra, sem contar a presença nas listas das mais vendidas da Amazon na Áustria e na Suíça. Sucesso total. Então, o próximo passo para minha carreira solo será mais um single, e provavelmente um terceiro antes de lançar um novo álbum. Ou seja, no final deste ano ou no início do ano que vem, você pode esperar um novo álbum solo de Kee Marcello.


MV: Você sente que bandas como o H.E.A.T estão seguindo os seus passos tocando o tipo de som que você vem tocando desde os anos 1980?

KM: É, acho que sim. Tipo, eles curtem o estilo e seguem a mesma linha, e não há nada de errado com isso. Fico feliz por estarem fazendo isso porque tem muita gente por aí que ficou muito triste quando o hard rock melódico mais ou menos desapareceu quando o grunge veio. Então, há muitos fãs por aí – milhões deles, na verdade – que adoram esse tipo de música. Definitivamente há um mercado para isso. Tenho uma música nas paradas agora, então definitivamente há demanda por esse som. Prevejo coisas boas para o hard rock melódico no futuro.


MV: Até onde eu sei, você nunca esteve no Brasil, certo? O que você sabe sobre a nossa cultura musical ou as bandas e o público daqui? 

KM: Sei que o público brasileiro ama o hard rock, o vem amando por anos e anos. Estou certo? Se estiver, mal posso esperar tocar aí com o Out of This World!



https://label.atomicfire-records.com/project/out-of-this-world/

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