ENTREVISTA: Felipe Machado destrincha álbum solo e fala sobre Andre Matos e o futuro do Viper



Antes de iniciar a gravação da entrevista que você está prestes a ler, eu disse a Felipe Machado, guitarrista do Viper, que havia passado a tarde ouvindo “Primata”, seu mais recente álbum solo. “O que você achou?”, ele quis logo saber. Ao responder que achei “bem diferente” talvez não tenha deixado nítido que havia, de fato, gostado bastante. Felizmente, ao final do papo, pude me explicar melhor — no que para você, leitor, pode servir como uma resenha expressa: 

“‘Primata’ é um disco muito diferente, no sentido de não seguir uma linha de estilo só. Ele tem um fundamento pop/rock, mas cada música parece navegar por um mar diferente. Não é disco necessariamente para os mais iniciados, mas para aqueles que têm um ouvido mais plural, que saibam entender e reconhecer o que há de maneiro nessa diversidade toda. A palavra-chave talvez seja ‘identidade’, e fica na cara que o compromisso de Felipe é com a sua identidade mesmo; somando as letras com todas as sensações que desperta e o alto nível de exposição, ele quer é mostrar tudo o que tem a oferecer. E musical e tematicamente casou muito bem.”

Além de perguntas sobre “Primata”, não ficaram de fora da pauta outras sobre Andre Matos e “Timeless”, o vindouro e muito aguardado álbum de estúdio do Viper — primeiro com Leandro Caçoilo nos vocais e Kiko Shred na segunda guitarra. 

Boa leitura!


Transcrição: Leonardo Bondioli

Fotos: Dener Ariani (topo) / Divulgação


O “Primata” é o seu “Pandemic Baby”? Tipo, é o fruto da pandemia na sua vida, por assim dizer?

Olha, mais ou menos. As músicas são de antes, eu lancei o primeiro disco, “FM Solo” em 2015, então desde lá você acaba compondo músicas, vai escrevendo, tal. Quando deu realmente 2019, 2020, eu já estava com o disco praticamente pronto, o que atrapalhou na pandemia foi meio a parte prática da gravação mesmo. Nesse sentido, ele é um disco pandêmico porque eu gravei em casa, eu mandava os arquivos pro Val Santos, que é o produtor, ele me devolvia, poucas vezes a gente acabou se encontrando pessoalmente, mais pro final quando já estava melhorando um pouco ou mais no comecinho quando ainda não estava pegando. Mas atrasou muito. Na verdade, que ele é um disco pandêmico com certeza ele é, mas não por ele ter sido criado durante a pandemia, mas por ele ter sido realizado e atrapalhado pela pandemia, então ele  traz um pouco disso, sim.


O título me remete a duas coisas, uma é a ancestralidade evolutiva, né, o homem veio do primata, outra coisa é esse homem no seu estado mais selvagem, mais primordial. Eu queria saber em qual dessas correntes interpretativas você acha que o título, e por extensão o álbum, mais se encaixa.

Olha, eu acho que as duas que você citou com certeza e eu acrescentaria uma outra camada aí que é a parte da essência do ser humano. Como é um disco em português, às vezes as letras são muito reveladoras, muito pessoais, e quando eu comecei a compor o disco... Na verdade a gente, o ser humano, a modernidade, toda a civilização e tal, mas dentro da essência, todo mundo é mais ou menos um pouco primata, né? Um pouco primitivo, um pouco mais seguindo seus sentimentos, seguindo as coisas que você acredita e tal. E eu achei que era uma coisa interessante de ter, porque é um disco muito pessoal, é como se estivesse voltando mesmo às coisas mais básicas, os sentimentos mais básicos de amizade, de amor, de ódio, de raiva, enfim, coisas assim que eu quis abordar nas letras, então eu achei que isso ia ser uma coisa interessante de discutir. Então essa coisa de primata veio muito de ter a essência do ser humano, se a essência de quem eu sou está mais ou menos nesse disco, talvez não tanto na parte do som, está um pouco, mas mais a parte das letras, das coisas serem muito, muito convencionais, muito pessoais.


Sobre a escrita em português, eu queria saber se foi muito desafiador pra você por que, como você disse, o português por mais que o vocabulário seja mais amplo do que o inglês, ele não dá margem pra muitas interpretações, não dá margem pra entrelinhas. Então o quão desafiador foi isso de, como você mesmo falou, se expor tanto por meio dessas letras?

Foi muito difícil, foi um desafio grande. O Viper teve um projeto parecido com isso em noventa e seis, aquele Tem pra todo mundo, que era o disco que a gente estava querendo fazer uma coisa mais rock brasileiro e tal que nem foi muito bem o disco. Mas essa coisa de compor o disco inteiro em português foi um desafio grande porque a gente sempre escreveu em inglês, a grande verdade é que você se esconde um pouco no inglês, né? Por mais que o Viper tenha umas letras boas, a gente se preocupa bastante com isso também e a gente da banda fala inglês, eu até morei nos Estados Unidos, mas você falar lá na sua língua mãe, você escrever na língua mãe é muito diferente, muito mais difícil. Qualquer coisa que você fale em inglês o negócio passa, a verdade é essa, a sonoridade do inglês te permite colocar ideias muito simples e não soar tão bobas, “We are together”.



Musicalmente, o disco também visa a uma comunicação com o público que não necessariamente é o público do Viper, porque você está tocando um rock que tem um certo apelo pop e mesmo assim com os solos de guitarra, com as guitarras um pouco mais pesadas e tal, é o tipo de som que eu imagino de repente ouvindo no rádio ou num programa de TV. Isso foi uma coisa que rolou naturalmente ou você colocou isso como meta, de produzir um trabalho mais acessível e mais amplo pra diversos públicos?

Não, na verdade, não, foi uma coisa bem natural, eu nunca penso em termos de estilo. Claro, quando você está compondo pro Viper, principalmente agora esse disco novo que a gente tá pra lançar, a gente pensa muito mais em estilo do tipo, não, isso aqui é uma coisa mais do Viper, isso aqui é uma coisa mais focada no Viper, e na verdade essa que é a razão inclusive de eu ter uma carreira solo [Risos], porque eu não tenho compromisso com nada assim, na verdade, eu só tenho compromisso comigo mesmo. É uma liberdade muito grande e é essencial pra um artista, não que no Viper a gente não goste do som, a gente gosta, mas com certeza tem uma preocupação maior com o estilo, porque é uma banda que tem trinta anos, tem muito tempo, então tem um compromisso, uma responsabilidade um pouco maior. Na minha carreira solo eu não tenho compromisso com nada, eu posso fazer qualquer coisa que eu quiser, se eu quiser fazer um reggae, se eu quiser fazer um pop, é que na verdade eu não faria um, vamos dizer, sertanejo, axé, porque eu não gosto desses estilos, eu não gosto pessoalmente. Mas eu não tenho nenhum compromisso com o público nesse sentido, eu tenho um compromisso grande comigo mesmo, então as músicas que eu fiz nesse disco são músicas que eu gostaria de ouvir, independentemente de serem pop. Eu tenho uma influência muito grande de pop, por exemplo, até no meu primeiro disco solo eu gravei uma música do Morrissey, se você pensar “poxa, o cara do Viper vai gravar música do Morrissey, como é que pode?”.


Então, fica evidente nesse disco que você ouve muita coisa além do rock e do metal. Então eu queria que você desse uns exemplos, que compõem o seu panorama musical, que de repente o cara que é fã do Viper nunca imaginaria que você ouvisse em casa, por exemplo?

Eu acho que pop é até óbvio, né? Porque esse disco realmente tem uma pegada muito pop, mas eu acho que é um pop que também... Quando a gente fala pop, a gente tá falando como se fala rock, rock também tem milhões de coisas. Então, quando a gente fala pop, por exemplo, eu vejo bandas de... eu não sei se é muito pop, pop que a gente usa no sentido mais popular, mas por exemplo, U2, U2 é uma banda de rock, o The Police,  naquela época, perto do heavy metal, eles são pops.


Você talvez melhor do que ninguém saiba que o público do metal é muito cabeça-dura, é fundamentalista, tende a resistir a coisa nova ou diferente, torce o nariz pra valer. Como vem sendo a resposta desse público específico ao seu trabalho solo?

Olha, tem sido boa. Surpreendentemente, eu acho que isso daí era muito mais da liberdade, ali na época dos anos oitenta, tal, ali realmente era uma época muito mais radical. Eu acho que os anos noventa e os anos dois mil, de certa forma, deram uma diluída nesse radicalismo um pouco, porque começou a ficar meio dividido ali, por exemplo, o Nirvana, o Soundgarden, era uma banda de rock, mas o pessoal de metal também gostava, o próprio punk começou a ser um estilo que quem gostava de heavy metal passou a gostar. Os Red Hot Chili Peppers, por exemplo, o Faith No More, essas bandas começaram a deixar as pessoas um pouco mais confusas, o público começou a se perguntar um pouco “espera aí, isso aqui será que dá pra gostar ou não?”, começou a ficar um pouco mais confuso. E hoje eu vejo, eu acho que as pessoas sabem diferenciar bem assim essa coisa da minha carreira solo do Viper. Tem um respeito grande assim, até pela minha idade, até pela minha, vamos dizer, longevidade da minha carreira, né? E por tudo que o Viper representa pro heavy metal brasileiro, acho que as pessoas me deixam fazer o que eu tô a fim, não pegam muito no pé, não [Risos]. Tem sido muito legal, as pessoas têm gostado bastante. Hoje em dia a gente tem um feedback imediato que são as redes sociais, então eu acho que, se fosse nos anos oitenta, teria comentários agressivos, e hoje não, hoje as pessoas curtem, as pessoas comentam: “Olha, gostei do disco” e tal, as pessoas sabem que é muito diferente do Viper, mas acho que tem um certo respeito, um certo carinho, que acho que eles me deixam fazer o que eu tô a fim.



Por toda mística em torno, “Sentido do fim” talvez seja a música, não vou dizer a mais importante, mas a com maior carga emocional por ser uma homenagem ao Andre. Você poderia recontar a sequência dos acontecimentos, porque ela foi escrita antes de você saber da morte do Andre, né?

Então, eu não sou uma pessoa religiosa, inclusive eu sou muito ateu, mas essa música foi realmente uma experiência muito estranha. Se eu fosse uma pessoa espiritual, mística, tal, essa música teria sido um chamado importante. O Andre morreu no dia oito de junho de dois mil e dezenove, dia sete de junho eu fui pra praia com a minha filha, até pra casa de uns amigos, e eu levei um livro que chamava “O Sentido do Fim”, que é um livro do escritor britânico Julian Barnes, pode até pesquisar, e ele conta a história de quatro amigos e um dos amigos morre. Daí eu estava lá no sete de julho, levei o livro, li à noite, quando eu acordei, no dia oito, minha filha estava dormindo, eu fiquei tocando violão e fiz essa música, essa música saiu assim, de manhã, tipo dez da manhã, saiu essa música inteira praticamente, não tem nem rasura no original. Saiu praticamente muito fácil, é uma música bem simples, os acordes são supersimples, a melodia dela é bem simples, e foi inspirada nesse livro; Depois eu comecei, “poxa, história triste e tal” e foi mais ou menos assim. Quando eu chego na casa dos meus amigos, quando o pessoal acorda e começa a tomar café, começam a me ligar os jornalistas: “Pô, mas é verdade que o Andre morreu?”, eu falei: “Ahn, como assim?”. Enfim, daí depois acabou confirmando, e depois eu fui ver a letra e a letra diz muita coisa sobre o Andre, sobre essa relação, e depois eu até mudei uma frase que é aquela “sua voz ainda ilumina esse lugar”, essa frase eu mudei pra colocar depois até como uma homenagem mais clara pra ele. E daí foi isso e eu fiquei muito impressionado porque a música talvez tenha sido composta durante ali quando ele estava passando mal, não sei, mas foi no dia, foi uma coincidência muito grande, então por isso que eu acrescentei no final a parte de heavy rock, que foi a primeira música do Viper e ela é até composta no mesmo tom, que é lá menor. Então eu fiz aquele final em homenagem a ele, o Yves canta no refrão, o meu irmão canta, o próprio Val canta, então eu chamei algumas pessoas pra cantar aquele refrão comigo. E até o próprio Leandro Caçoilo do Viper também gravou o disco, ele canta até meio que cantando no tom ali que o Andre fez, tem até um agudo no final e tal. Então foi uma música muito emocionante pra mim, e até falar dela é até meio... E eu quero contar essa história, eu achei muito estranho realmente, foi uma coisa muito estranha isso ter acontecido nesse dia, porque eu poderia ter feito essa música qualquer outro dia, eu estava lendo o livro ao longo do mês, duas semanas. No começo eu até pensei em não compartilhar essa história, porque eu achei que poderia soar meio assim, mas depois eu falei, não, eu quero compartilhar essa história porque primeiro, é o que aconteceu, e segundo que eu não sei, eu não sei, eu deixo para as pessoas pensarem um pouco no que que aconteceu, mas foi uma coincidência muito grande mesmo. Eu contei essa história pra mãe do Andre, contei a história pro Daniel e eles ficaram impressionados, eu mandei a música pra ele e eles acharam a música bonita e ficaram muito impressionados com a história.


Sobre o Andre, eu queria saber duas coisas, primeiro, se ficou alguma coisa não dita, no sentido de você ter a consciência tranquila em relação a isso. Porque o Andre morreu brigado com tanta gente, com tantos assuntos pendentes que é quase recorrente nas entrevistas de galera relacionada a ele tipo: “Pô, eu queria ter resolvido tal coisa com ele, queria ter dito tal coisa pra ele”. Queria saber se você está em paz nesse sentido.

Totalmente, totalmente. A gente teve uma fase meio de briguinha que foi uma besteira na verdade, quando ele saiu do Viper e formou o Angra, né? Foi uma besteira, uma coisa de ciúme que eu confesso, eu tive porque, enfim, o Angra acabou indo pelos mesmos caminhos que o Viper tinha ido antes ali, aquela coisa, e daí a gente acabou ficando meio obrigado, mas logo depois a gente já voltou a ficar amigo, tanto que ele frequentava muito minha casa, a gente se encontrava muito, eu, o Yves e ele. A gente se encontrava muito e ficava tomando cerveja e conversando de madrugada inteira, muitas vezes antes mesmo dele voltar pro Viper. E depois acho que a maior prova da amizade nossa foi aquela turnê de dois mil e doze a dois mil e quatorze, gravou disco ao vivo. Então assim, era uma relação superlegal, e quando ele acabou voltando com o Shaman, a gente continuou amigo, eu fui a um show do Shaman, acho que foi final de dois mil e dezoito, seis meses antes dele morrer. Foi a última vez que eu o encontrei, porque ele já era um cara mais isolado, ele estava muito introspectivo, eu senti isso, então ele acabou ficando mais na dele e tal, mas tipo, era muito amigo, terminamos tudo bem. Foi muito triste, foi uma experiência muito triste, mas a gente estava em paz, sim.


Quando ele voltou pra banda, vocês chegaram a cogitar ou falar por alto em gravar um novo álbum com ele cantando?

Sim, a gente tinha vários projetos, a gente pensou, por exemplo, uma coisa louca, a gente chegou a discutir isso, em gravar uma versão do “Evolution” chamada “Revolution”, onde ele cantaria todas as músicas, isso foi uma ideia que surgiu. Daí surgiu a ideia de fazer um disco novo, só que é aquela coisa, a gente ficou de dois mil e doze a dois mil e catorze, mais ou menos, se encontrando muito, então no final dessa turnê estava todo mundo de saco cheio e não queria se encontrar mais. [Risos] Então a gente começou assim: “Não, pera, depois a gente vê esse disco novo”, mas aí ele acabou voltando pro Shaman e daí a gente deixou meio em stand-by, nisso, o Leandro Caçoilo entrou. A gente nunca ia imaginar que isso ia acontecer, a gente poderia até ter gravado um disco novo mais pra frente e tal, mas era uma coisa tão assim, podia acontecer a qualquer momento, a gente estava tudo bem, ninguém iria imaginar que alguém ia morrer ali. Mas não chegamos a fazer nada de música nova, única coisa realmente que ele deixou de diferente, ele deixou aquela música “The Spreading Soul Forever”, que também foi outro episódio muito estranho, porque a gente fez algumas correções do disco ao vivo, e essa música, que a gente não usou no disco ao vivo, ele quis gravar um take dela inteira no estúdio sozinho junto com o produtor, com o Maurício, o Lico. Ele queria gravar e falou: “Solta essa música aí, eu quero gravar um take dela inteiro, e vou deixar ele aí”, o Maurício até falou: “Mas, Andre, essa música acho que nem vai entrar no disco”, ela não tinha saído legal, acho que a gente errou e tal, e ele falou: “Não, mas eu vou deixar um dessa música gravada inteira”. E deixou, uma daquelas coisas mais ou menos como O Sentido do Fim, né, uma coisa que você fala: “Por que o cara gravou essa música que nem ia entrar no disco?” Essa música que não ia entrar no disco e nas outras ele fez uma correçãozinha, uma coisa ali. Cantando às vezes ao vivo é comum esse tipo de correção, e nessa música, não, nessa música ele falou: “Não quero gravar essa música e eu gosto dessa música, quero gravar o take dela inteiro”. Você pensa, porra, por que o cara fez isso, né, meu? Muito louco.



Bom, não vai ser com o Andre, mas o disco novo do Viper tá a caminho, né? Então eu queria encerrar pedindo que você falasse um pouquinho sobre o processo aí que levou o “Timeless” e o que a gente pode esperar do disco em termos de assinatura sonora.

Olha, esse daí foi pandêmico. [Risos] Muitas músicas foram compostas pelo Pit, algumas inclusive em parceria com o Guilherme Martin no estúdio, os dois se encontravam e criavam as músicas, inclusive a “Under The Sun”, que é o primeiro single, é uma parceria dos dois, e eu fiz muitas músicas também separado deles, eu fiz músicas sozinhas. Tem, sei lá, seis músicas do Pit, tem quatro minhas e tem uma do Leandro Caçoilo, então é um disco feito um pouco separado que agora na mixagem a gente está tendo uma integração de todo mundo. Então, nesse sentido, ele foi um disco muito pandêmico, mas eu acho que as pessoas podem esperar um disco do Viper,  que é uma coisa que as pessoas sempre nos cobraram e é uma coisa que a gente estava devendo realmente pros fãs, pro público em geral. Quer dizer, o “All My Life” (2007) é um disco do Viper, tem uma pegada bem dos trabalhos mais melódicos, mas esse disco [“Timeless”] tá com uma pegada um pouco mais... acho que a gente voltou um pouco mais às origens, vamos dizer assim, eu sei que é um clichê, mas tem músicas mais próximas do “Theatre of Fate” (1989), acho que bem misturado “Theatre of Faith” e “Evolution” (1992), sabe? Eu acho que tá nessa fase, como se a gente tivesse o “Evolution” cantado por um vocalista mais ou menos como o Andre, que é o Leandro, né, que tem uma pegada mais de vocal melódico, então tá mais ou menos nessa faixa. Acho que tô superfeliz com o resultado. A produção, a gente gravou no esquema também gravando e mandando pro Val Santos, Val Santos mandava pro Lico, pro Maurício Cersosimo, então tá um disco que acho que as pessoas vão curtir bastante.


Muito obrigado pelo papo, Felipe. O espaço final é todo seu.

Poxa, eu queria em primeiro lugar agradecer aos fãs, porque realmente a banda só sobrevive, a banda só existe mesmo pelo carinho dessa galera. A gente é uma banda muito longa, né, você sabe, Marcelo, que tá há muitos anos, passa por muitas coisas, e essa tragédia com o Andre foi uma coisa que, embora ele não tivesse na banda no momento, foi uma coisa que abalou muito a gente, mas o carinho dos fãs nesse momento acho que foi essencial pra gente ter ânimo, ter força pra realmente falar “não, vamos fazer um disco novo, a gente precisa, não podemos mais ficar vivendo desse passado”. Aquela fase com o Andre foi muito boa, mas a gente precisa mostrar que a banda existe, não é possível que a banda viva de “Living For The Night” pro resto da vida, então a gente tem que mostrar alguma coisa nova e daí isso deu um incentivo, por mais que fosse trágica a razão, deu um incentivo pra gente falar “precisamos realmente voltar com coisa nova, mostrar que a banda existe”. Porque assim, ficar vivendo dos discos do passado seria até um pouco fácil, mais ou menos, mas a gente quis realmente se desafiar e falar “será que a gente consegue fazer música nova? Será que tem ainda alguma coisa pra tirar de dentro como artistas, compositores?”. Então eu acho que esse disco vai ser uma resposta pra isso e a resposta é sim, a gente tinha e a gente tem, isso que eu acho que as pessoas vão se surpreender com esse disco, o nível que ele chegou de composição, de tocar e de tudo, acho que é um nível que vai ser realmente um dos grandes trabalhos do Viper, vai estar na galeria junto com outros que são históricos pra gente, principalmente pro heavy metal nacional, acho que é isso.



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Comentários

  1. Enttevista incrível. Parabéns Marcelo. Felipe é uma lenda vida

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