RESENHA: Skid Row – “The Gang’s All Here” (2022)

 


Skid Row – “The Gang’s All Here”

Shinigami Records – NAC. – 41min


Deste lado, uma banda cujo passado repleto de músicas realmente boas pareceu por anos de malfadadas tentativas e constantes mudanças na formação algo impossível de ser recuperado. Do outro, um dos melhores vocalistas, quiçá o melhor, que a cena escandinava revelou na última década. Apesar da resistência e da rejeição prévia das viúvas de Sebastian Bach que sonham com uma cada vez mais improvável reunião do line-up clássico do Skid Row, não tinha como a entrada de Erik Grönwall ser algo além de muito, muito f#da. 


E o sueco, 35 anos recém completados, já chegou mostrando serviço: primeiro numa bateria de shows teste num cassino em Las Vegas abrindo para o Scorpions em março e abril do ano passado; depois, registrando os vocais do melhor álbum do Skid Row desde “Slave to the Grind” (1991). Um dos lançamentos mais aguardados — e, por conseguinte, festejados — de 2022, “The Gang’s All Here” dá o recado já no título — que no léxico funkeiro pode ser lido como “Os Cachorrão Chegou” — e espalha a Palavra no decorrer de dez faixas/41 minutos de saudosismo livre de melancolia.


Entenda: o repertório do CD, que chega ao Brasil com distribuição da Shinigami Records, parece ter sido esculpido e lapidado conforme a estética que consagrou o grupo na reta final dos anos 1980. Mas ao contrário do que alguns podem temer, “The Gang’s All Here” não soa datado, tampouco simplesmente requenta os riffs e reembala a estrutura dos hits de outrora. Num gênero em que o autoplágio acaba sendo a única saída para manter a base de fãs atenta, Grönwall, os guitarristas Dave “Snake” Sabo e Scotti Hill, o baixista Rachel Bolan e o baterista Rob Hammersmith conseguem gerar identificação sem copiarem (muito) a si mesmos.


Trocando em miúdos, deixe-se levar pelo clima arrebatador de “Not Dead Yet” e “Resurrected”, que juntamente com a faixa-título compõem a trinca mote da retomada; pelo peso da explosiva — no pun intended“Time Bomb”, complementado duas faixas adiante por “Nowhere Fast”; e pela toada baladesca reflexiva de “October’s Song”, prova cabal de que nenhum contemporâneo ao Skid Row dominou com tamanha maestria o ofício que é abrir o coração com canções sem soar piegas ou tombar na vala do lugar-comum.


Compre o CD na loja oficial da Shinigami Records.


Comentários

  1. Amei esse disco, cara! A voz do Erik é boa e o Skid Row ainda tem muito combustível para queimar.

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