ENTREVISTA: Robert Garven (Cirith Ungol) fala sobre Brasil, novo álbum e mais

 


Na obra de J.R.R. Tolkien, “O Senhor dos Anéis”, Cirith Ungol é uma estreita fenda nas montanhas Ephel Dúath, acima de Minas Morgul. Uma das poucas estradas que levavam do oeste a Mordor, ela desempenha um papel crucial na narrativa, pois é o local onde Frodo é capturado e levado para a fortaleza de Sauron, Barad-dûr, antes de ser resgatado por Sam. A passagem também é onde Sam se torna o portador temporário do Um Anel, enquanto tenta resgatar o amigo.

No alvorecer dos anos 1970, um grupo de amigos de Ventura, Califórnia, vidrados em fantasia e rock pesado, tomaram o nome para si, dando origem a uma das bandas pioneiras do heavy metal de contornos épicos tão popular na década seguinte. Em 1992, depois de quatro álbuns de estúdio, Tim Baker (vocais), Jerry Fogle (guitarra), Greg Lindstrom (baixo) e Robert Garven (bateria) cansaram e puseram um ponto final na trajetória da banda.

Vinte e três anos — e, no meio deles, a morte de Fogle — seriam necessários para que o trio se reagrupasse, disposto a dar continuidade à obra. De lá para cá, o Cirith Ungol lançou mais dois discos, além de singles, EPs, ao vivos e um box-set. Também fez sua estreia nos palcos brasileiros, como atração da edição de 2019 do festival Setembro Negro.

Diante do recente anúncio de uma turnê de despedida para o próximo ano, bati um papo com Garven, que além de destrinchar de leve o último trabalho da banda — o bem bacana “Dark Parade”, lançado em outubro, com edição nacional pela Hellion Records —, refletiu sobre influências, legado e muito mais.

Boa leitura!


Por Marcelo Vieira

Transcrição: Beatriz Cardoso

Fotos: Divulgação/Metal Blade Records 


Marcelo Vieira: Primeiro e antes de tudo, eu gostaria que você me ensinasse a pronunciar corretamente o nome da banda. Aqui no Brasil, nós chamamos de Cirith Ungol, como se escreve. Está certo?

Robert Garven: Sim, é assim que nós chamamos. Mas se você ler o livro “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, o que nós fizemos várias vezes, há uma série de apêndices e um deles é sobre pronúncia. E você deveria pronunciar como kee'reeth oo'ngol. Mas uma vez, quando tocamos na Alemanha, uma mulher veio até nós. Ela era uma repórter e colocou um microfone. Ela disse: “É verdade que vocês falam élfico?” E eu respondi: “Não, porque se falássemos élfico, então teríamos pronunciado nosso nome corretamente”. Mas de qualquer forma, ao longo dos anos, eu gosto de como as pessoas pronunciaram, sabe, Cirith Ungool ou qualquer coisa do tipo. Acho legal. As pessoas [do Brasil] também já nos zoaram e nos chamaram de “Siri Mongol”, o que provavelmente não faz sentido para os falantes de língua inglesa. 


MV: Vocês lançaram um novo álbum, o muito bom “Dark Parade”. Poderia falar um pouco sobre esse título, e o conceito que ele abraça?

RG: Bem, sabe, este álbum é muito sombrio. E eu o vejo pessoalmente como a parte dois do nosso último álbum, “Forever Black” (2020), que saiu exatamente quando a pandemia começou. E embora ao longo dos anos a banda tenha flertado com algumas letras e músicas sombrias e sombrias, os últimos álbuns têm se tornado progressivamente mais sombrios, acho que porque, à medida que envelhecemos, olhamos ao redor e vemos o que está acontecendo no mundo. E acho que nossa música reflete os eventos reais que nos rodeiam. As pessoas sempre nos perguntam: “por que vocês escrevem material tão perturbador e sombrio?” E eu gostaria de ter uma resposta para isso. Mas acho que o que vemos envolvendo e cercando-nos tem sido a influência definitiva para que esses últimos álbuns se tornem mais sombrios e pesados e meio que mais desesperançosos. 

Vou te contar uma história engraçada. Quando nosso último álbum foi lançado, uma garota que mora em nossa cidade local e é fã da nossa banda disse: “Comprei o seu novo álbum e, quando ouvi, comecei a chorar”. E eu fiquei tipo, “Eita!”, porque isso é mais ou menos o que eu não queria. Não queremos que as pessoas chorem. Mas o que queremos, o que estamos tentando expressar é a dor e o sofrimento do mundo. E se as pessoas entendem isso, se ela chorou, foi porque entendeu o que estávamos tentando expressar.


MV: Podemos dizer que essa visão de mundo surgiu ou foi amplificada pela pandemia?

RG: Sabe de uma coisa? Todos perguntaram isso e eu diria que não, realmente não acho que sim, porque quando “Forever Black” foi lançado, exatamente quando a pandemia começou, já estávamos nesse caminho, sabe, seguindo. Eu quero que você saiba que isso não é a gente curtindo a escuridão. Isso não é a gente abraçando a escuridão ou o lado sombrio. Isso é a gente avisando. Se você entende o meu significado, a música não é a gente abraçando a escuridão e a queda do homem. Mas é meio que o nosso aviso profético, é: “olha, se você não quer que isso se torne realidade, então você tem que fazer algumas mudanças”. 

Mas, sabe, se olharmos ao nosso redor, eu estava assistindo a um programa esses dias, falando sobre inteligência artificial, e eles tinham um senhor na TV que era considerado o criador da inteligência artificial. E eles perguntaram a ele, disseram: “quão ruim é isso?” E ele disse: “se chegarmos ao Natal, teremos sorte”. E hoje é 26 de outubro. Então, sabe, e não sei se é verdade ou não, mas estou apenas dizendo que é como se estivéssemos seguindo por esse caminho muito sombrio e nossa música está meio que respondendo a isso. E eu sei que não é agradável. E eu queria, queria que nossas músicas fossem sobre assuntos mais felizes. Mas parece que é para lá que estamos indo.


MV: Lendo as letras das músicas, notei que elas de certa forma se conectam com o título do álbum, elas são um tanto fatalistas, até mesmo pessimistas. Prestando atenção nos versos de “Sacrifice”... “Penance for the innocent, the dark parade of fear, judgment day is here”... como um verso de “Relentless” diz, que o futuro não leva a lugar nenhum? eles poderiam muito bem estar relacionados à pandemia. Quanto a pandemia te afetou pessoalmente e à banda como um todo?

RG: Bem, você sabe, tantas pessoas morreram ao redor do mundo. É difícil para nós reclamar sobre como algo pode afetar nossa carreira musical. Os membros da banda, seus parentes faleceram. Nós tivemos amigos próximos que também morreram por causa da pandemia. Então, sabe, fomos afetados por isso. Mas também, não podíamos sair e fazer shows para “Forever Black” quando ele foi lançado. E isso meio que afetou não só a nós, mas a todos na indústria da música como um todo. Basicamente, não conseguimos realmente apoiar a música, sabe, mas começamos a escrever o que se tornaria “Dark Parade” mais ou menos na mesma época em que o outro álbum foi lançado.


MV: O EP “Half Past Human” (2021), que foi lançado durante a pandemia, podemos dizer que foi a forma que vocês encontraram para manter a sanidade durante esse tempo?

RG: Sim, não exatamente assim. Mas o que você está dizendo, eu nunca pensei dessa forma. Mas é uma boa maneira de ver isso. O que não queríamos fazer era lançar outro álbum de estúdio completo durante uma pandemia, porque pensamos que isso era meio como um espaço morto. Então as pessoas estavam nos perguntando, diziam: “ei, vocês poderiam regravar algumas de suas músicas anteriores?” E, ao longo do tempo, sempre dissemos não, queríamos continuar lançando material novo porque estamos ficando mais velhos. Você sabe, temos um prazo de validade. Não queremos voltar no tempo. Mas então, quando a pandemia aconteceu, pensamos: “ei, talvez esta seja uma chance de tirar, sabe, quatro músicas antigas, dar uma nova vida a elas”. E recentemente ouvi isso novamente. E estou realmente orgulhoso disso. Tem coisas boas lá. 

Agora, algumas pessoas acham que não entendem. Não entendem que são músicas antigas escritas na década de 1970. E então outras pessoas nos perguntam se todos os nossos novos álbuns são aquele material antigo que escrevemos anos atrás. Isso não é verdade. Tudo isso é novo e “Half Past Human”, que é bem aqui. Tudo isso é antigo. Mas acho que o que isso diz, ao ouvir isso, é que não mudamos tanto ao longo dos anos. Você está falando da música que escrevemos há 50 anos, e não é muito diferente do que estamos fazendo hoje. Sabe, talvez sejamos um pouco mais evoluídos, um pouco mais habilidosos no que estamos fazendo. Mas acho que o estilo principal do Cirith Ungol ainda está meio que escondido em cada uma daquelas músicas.



MV: Falando agora sobre influências, permanecem as mesmas que a banda tinha quando foi formada em 1971 ou desde o retorno, em 2015, você sente que novos elementos foram trazidos para o som? Quais seriam esses elementos?

RG: Acho que, à medida que avançamos, todos sentimos isso na banda. Mas ler todas as críticas, que são incríveis, realmente nos fazem sentir bem. E também meio que não nos desanima, mas quase todo mundo diz: “ei, este novo álbum parece que poderia ter sido gravado nos anos 1980”. Ou “isso soa como um álbum que saiu logo depois do último deles”. E de certa forma são comentários verdadeiros porque somos uma banda dos anos 1980 ainda lançando discos, sabe. E embora estejamos usando equipamentos mais modernos e possamos estar, como eu disse, um pouco mais em um lugar diferente em nossas próprias vidas, acho que tudo ainda está vindo da mesma fonte original de onde tudo veio originalmente.


MV: Você, pessoalmente, ouve coisas fora do espectro do metal e do rock? O quê?

RG: Sim, oh, há muito tempo. Na verdade, quando a banda se separou, parei de ouvir muita música, música rock, estava muito triste por querer continuar tocando na banda. Então eu ouço música de tudo, desde música folclórica de todo o mundo, flauta de pan sul-americana, sabe, alguns dos caras dos Andes. Apenas todos os tipos de músicas realmente legais. Na verdade, nunca ouvi muito música country ocidental ou rap ou música jazz, coisas assim. Mas blues, minha esposa adora blues, ouve muito blues. E, como eu disse, muita coisa folk, gosto da música folk porque não me parece ameaçadora, sabe. Quando eu não estava na banda, eu podia ouvir músicas que eram não elétricas, e parecia que vinham de uma era diferente, mais primitiva. Porque toda vez que eu via uma banda, eu queria estar lá no palco ainda tocando. Você sabe, quero estar lá tocando bateria. Quando a banda se reuniu, superei isso.


MV: Qual artista, álbum ou show que você participou foi responsável por despertar sua paixão pela música?

RG: Bem, mencionei isso algumas vezes hoje, o primeiro show de heavy metal que vi foi do Mountain. E lembro que foi no Long Beach Arena, perto de Los Angeles. Foi a primeira vez que vi uma banda de rock ao vivo no palco e me deixou completamente impressionado. Muito poderoso. Você sabe, a bateria, o baixo, o canto, a amplificação, as luzes, tudo isso me fez pensar: “é isso que eu quero fazer. Quero estar em uma banda. É o que eu quero ser”.


MV: Você considera que, talvez, em algum lugar do mundo, um álbum como “Frost and Fire” (1981) ou “King of the Dead” (1984) possa inspirar um garoto a aprender a tocar guitarra e formar uma banda? Como é essa sensação?

RG: Sim, eu espero que sim. Alguns membros de grandes bandas já vieram e disseram que nós os influenciamos. E espero que isso seja verdade. Não posso levar todo o crédito por isso. Mas, se for verdade, é maravilhoso. Quer dizer, estamos nos apoiando nos ombros de músicos que vieram antes de nós. E não estaríamos aqui se não fosse por isso. E os músicos que vêm depois de nós vão se apoiar em nossos ombros da mesma forma. E no futuro, as pessoas vão se apoiar nos ombros deles. É assim que a humanidade tem avançado. É por isso que acho que estamos tão deprimidos ao ver todo esse horror, o colapso climático, a guerra, o ódio, o sofrimento. Em vez de avançarmos para um futuro em que todos sejamos felizes, saudáveis e significativos, parece que estamos realmente descendo para uma horrível confluência de dor e sofrimento. Quero dizer, é assim que eu vejo... 



MV: Você é alguém que fica de olho nos lançamentos atuais?

RG: Sim, sabe, acho que todos nós, especialmente tocando ao redor do mundo, tocamos em muitos shows e tocamos com muitas bandas ao longo dos anos desde que nos reunimos. Essa é a parte mais divertida de tocar em alguns desses festivais maiores, porque haverá muitos outros grupos que você nunca teria tido a chance de ver ao vivo. E acho que ver uma banda ao vivo às vezes é melhor do que ouvir sua música em um disco, porque você consegue ver um pouco do que eles são, sabe, o que eles sentem. E sim, é incrível. Ultimamente, porém, tenho trabalhado apenas em nossas coisas da banda porque estamos tentando nos preparar para os shows e terminar o álbum. E às vezes você se envolve tanto com sua própria música que é difícil se abrir para as outras coisas.


MV: Quais bandas novas, ou pelo menos dos últimos dez anos, na sua opinião, se destacam atualmente?

RG: Bem, há várias. Tem a banda Brainstorm, é uma banda de que eu gosto muito. Às vezes, quando estou na garagem trabalhando no meu carro ou algo assim, tocam bandas e eu as escuto. Tocamos recentemente com a banda Sanhedrin, de Nova York. Tocamos com eles. Mas há tantas bandas, sabe, Smolder, Traveler, Midnight, Night Demon, você sabe, todas as bandas com as quais tocamos nos últimos anos. É como se cada banda fosse uma experiência incrível em si. Manila Road, sabe, muitas bandas que nem mesmo estão mais juntas porque perderam membros. Mas é difícil mencionar nomes assim, porque eu posso esquecer o nome de alguém que eu sou amigo e depois me sentir mal. Mas, sim, só é preciso olhar qualquer um dos shows que fizemos, a lista das bandas que estavam lá. E foi uma honra tocar junto no palco com cada uma delas.


MV: Muitas bandas citam Cirith Ungol como influência, a importância que vocês tiveram e ainda têm é inegável... você sente que o reconhecimento deveria ser maior?

RG: Não sei. Acho que, mais cedo em nossa carreira, pensávamos que íamos fazer sucesso. Realmente pensávamos. E muitas bandas ao nosso redor estavam fazendo sucesso. Bandas como Rush, sabe, Judas Priest, bandas que estavam surgindo na mesma época que nós. Mas acho que percebemos, sabe, realmente sinto que ser uma grande banda é mais sobre sorte do que talento. Estar no lugar certo na hora certa, conhecer a pessoa certa, o que for. E, com isso, você tem que estar em paz consigo mesmo para ficar feliz com o que tem e não com o que deseja ter. Porque todos nós desejamos que tenha sempre uma banda melhor. Sempre há alguém mais bonito. Alguém sempre tem uma casa maior ou um carro mais chique, sabe, ou mais dinheiro, ou qualquer coisa assim. Então você tem que apenas ficar feliz com o que tem e tentar aproveitar sua vida da melhor forma possível. E nós tentamos fazer isso criando heavy metal.


MV: Olhando para trás, com a mentalidade que você tem hoje, você teria feito algo diferente, tomado uma decisão de carreira diferente?

RG: Sim, é difícil dizer. Me perguntaram isso várias vezes hoje e ainda não tenho uma resposta para isso. Não acho que teríamos feito nada de forma diferente. E essa é uma das razões pelas quais provavelmente nunca fizemos muito sucesso, porque estávamos presos nessa ideia de tocar a música mais pesada que podíamos, que gostávamos, sabe. Muitas vezes as bandas pensam em algo como: “vou escrever uma música que as pessoas vão gostar, ou que elas possam cantar junto, ou que tocará no rádio ou em um vídeo que as pessoas vão gostar”. E nunca realmente pensamos nisso. E acho que esse foi provavelmente nosso maior erro. Mas acho que é isso que fez nossa música se destacar na multidão, sendo mais única e diferente porque somos assim, sabe?


MV: Pensando na discografia da banda, qual, na sua opinião, é o álbum mais importante?

RG: Uau. Eu sempre diria que é nosso último álbum. Sabe, ou eu sou um grande fã de Enzo Ferrari, amo carros, amo corridas e sabe o que Enzo Ferrari disse, quando perguntavam: “qual é o seu próximo, qual é o seu melhor carro?” E ele diz, “é o próximo que eu construo”. E então, não sei se você leu, mas anunciamos a aposentadoria dos shows ao vivo no final de 2024. Não sei se você ouviu isso ou não. Então, o próximo ano será o nosso último ano tocando juntos. E espero que você e seus amigos, ou qualquer pessoa no Brasil, se tocarmos aí, possam vir nos ver tocar ao vivo. 

Mas espero também que em algum momento possamos continuar a criar nova música. Esse é o meu sonho. Você tem que ter um sonho. Acho que, uma vez que você para de sonhar, para de viver, certo? Todo mundo tem que ter um objetivo na vida. E então, embora tenhamos parado de tocar ao vivo, posso lidar com isso por causa da idade e das viagens e tudo mais que tem que acompanhar. Mas não vou desistir de criar nova música e o fogo arde dentro de mim, sabe, tudo isso, isso para mim é vida, isso é heavy metal.



MV: A única visita do Cirith Ungol ao Brasil até agora foi em 2019, para a única apresentação no festival Setembro Negro. Você poderia compartilhar algumas memórias dessa ocasião?

RG: Nossa, nos divertimos muito aí. Fiquei surpreso, porque moramos perto de Los Angeles, e é uma cidade grande. Mas, quando estamos viajando, vemos alguns arranha-céus e eu pergunto, “que cidade é essa?” E eles respondem, “isso é São Paulo”. E trinta minutos depois há mais arranha-céus, e eu digo, “que cidade é essa?” E eles respondem, “ainda é São Paulo”, sabe. E então, não conseguimos acreditar no quão gigante São Paulo era. É uma cidade grande, sabe, sou fã de corridas, havia um autódromo lá, gostaria de ver uma das corridas também. Mas também, quando chegamos ao hotel, havia cerca de 20 pessoas, fãs de longa data da banda, do lado de fora, pedindo autógrafos e tal. E isso foi algo muito triste, mas tenho que compartilhar isso com você. Assinamos autógrafos e conversamos com as pessoas. E eu disse: “vocês vão nos ver tocar amanhã?” E quase todos disseram que “não podemos nos dar ao luxo de ver a banda de vocês”. E então falei com nosso empresário Jarvis, falamos com o promotor, e tentei colocar o máximo desses fãs de longa data da banda na lista para virem ver o show, porque eles não teriam conseguido sem isso. E, para mim, foi como se tivesse partido meu coração, sabe, quero dizer, também é caro ir a shows aqui, mas essas pessoas, alguns deles eram fãs da banda há muitos anos. Também lembro-me de tocar no show, vendo todas as pessoas e a empolgação, eu realmente me diverti muito, e mal posso esperar, se pudermos, espero que possamos tocar no Brasil novamente.


MV: O que você pôde perceber sobre o público brasileiro?

RG: Vocês meio que me lembram o público grego, porque estão todos muito animados e prontos, sabe, é tipo, sim...


MV: Como em um jogo de futebol.

RG: Sim, exatamente, exatamente. Ah, outra coisa, ao lado da rodovia, pode-se ver capivaras. São animais grandes. De qualquer forma, nunca tinha visto aquilo antes e eles eram bem grandes. E também, na estrada, havia pessoas vendendo bebidas e tal. Onde moramos, eles seriam mortos porque os motoristas são malucos. Então, ficamos chocados ao ver que havia pessoas, sabe, muitas vezes o trânsito parava e você comprava algo para beber. Mas é apenas uma coisa diferente de onde moramos. Foi tudo uma experiência incrível e mal posso esperar para voltar.


MV: Uma nova visita está nos planos ou já está em negociação?

RG: Sabe, eu não tenho nada a ver com isso. Sendo o baterista da banda, fica para nossos agentes e nosso empresário marcar as datas. Mas tenho quase certeza de que vamos tocar em alguns lugares na América do Sul no próximo ano.


MV: Alguma mensagem para os fãs no Brasil?

RG: Obrigado por apoiar nossa banda ao longo dos anos, vocês são amigos. Sabe, estamos na América do Norte, vocês na América do Sul, mas somos todos americanos, certo? Estamos todos juntos nisso. E se tiverem a chance de nos ver, por favor, venham, porque somos todos irmãos, irmãs e amantes do metal. E gostaríamos de nos despedir de vocês mais uma vez antes que o véu se feche.



Compre “Dark Parade” no site oficial da Hellion Records.


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