Felipe Borges compartilha insights sobre a evolução sonora e visual do Tellus Terror em seu novo álbum “DEATHinitive Love AtmosFEAR”. O vocalista, que também escreve todas as letras, cita influências de Dimmu Borgir, Cradle of Filth, Emperor e outros; destaca que, com a saída dos membros antigos, finalmente conseguiu concretizar a identidade visual dark e o som denso e atmosférico que sempre quis para a banda; e afirma que a recepção do público tem sido positiva, com resenhas excelentes indicando que estão no caminho certo para continuar para o alto e avante.
Boa leitura!
Por Marcelo Vieira
Como você descreveria a evolução sonora e visual do Tellus Terror neste novo álbum em comparação com o anterior, “EZ Life DV8” (2014)?
Eu diria que agora ela começa a refletir exatamente o que sempre quis desde o início da banda: trazer uma identidade visual bem dark, acompanhada por um som mais denso e atmosférico. Com a saída dos membros antigos, finalmente consegui concretizar essa identidade.
Qual foi a inspiração por trás do conceito lírico de “DEATHinitive Love AtmosFEAR” e como ele se desenvolve ao longo do álbum?
Sempre gostei de abordar temas que ressoem com as pessoas, independentemente de qualquer coisa. O amor, frequentemente, é concebido como algo belo, porém pode ser incrivelmente negativo. Assim, desenvolvi essa abordagem dentro do estilo death/black metal sinfônico, que foge um pouco do convencional, mas traz uma mistura excelente ao gênero.
Como foi o processo de composição e gravação deste álbum, especialmente considerando sua natureza conceitual?
O processo de composição foi complicado, já que vários ex-membros participaram na criação do álbum. No entanto, ao longo do tempo, fomos filtrando apenas o que havia de melhor naquele conjunto de ideias e trabalhando as músicas com base no conceito e no dinamismo sequencial do álbum.
Como se dá a colaboração entre os membros da banda para desenvolver as letras e dar vida às histórias por trás das músicas?
Eu escrevo todas as letras e compartilho as histórias e conceitos com a banda para refinarmos os arranjos, entre outros detalhes. No entanto, antes disso, eu já defino o conceito do álbum e toda a banda compõe em consonância com esse conceito desde o início.
Você poderia compartilhar algumas das influências musicais e artísticas que moldaram a sonoridade e a estética desse novo Tellus Terror?
Dimmu Borgir, Cradle Of Filth, Emperor, Marduk, Gorefest e Theatre Des Vampires, entre outros.
Como tem sido a recepção do público e da crítica em relação às novas músicas?
Até o momento, temos recebido muitas resenhas excelentes e feedbacks positivos sobre os shows, então acredito que estamos no caminho certo para continuar trabalhando e melhorando cada vez mais.
Como foi a experiência de gravar “Empty Nails” ao vivo na Arena Cultural João Bosco?
Foi incrível! É sempre maravilhoso criar material novo, e no dia tudo colaborou para que fosse um sucesso! Gravamos na abertura do show do Tim Ripper Owens no ano passado, e tanto o som ambiente, a iluminação quanto o público estavam perfeitos. Ficamos extremamente satisfeitos com o resultado final, pois realmente capturou nossa essência no palco. O público contribuiu muito para isso!
Qual é a mensagem por trás da narrativa visual de “Empty Nails” e como ela se relaciona com a música?
Esse vídeo foi gravado ao vivo, então a cenografia do palco, entre outros aspectos, foi planejada para o show como um todo. Como o álbum é conceitual, a ambientação reflete o tom sombrio e vampiresco da história da música em si.
“Empty Nails” aborda temas profundos de dor e perda. Como vocês procuram equilibrar a intensidade emocional das letras com a musicalidade da faixa? Você poderia explicar um pouco mais sobre a história por trás da letra de “Empty Nails” e como ela se encaixa no conceito geral do álbum?
Imagine você mesmo, por exemplo, aos seus 80 e poucos anos, enterrando sua esposa que o acompanhou durante toda a vida, desde a juventude, compartilhando alegrias, memórias, dificuldades, família, viagens, conquistas, entre outros. E nesse dia, você não era o único homem da vida dela chorando no funeral... Você descobre que ela teve um caso antigo, uma traição. Ao voltar para casa desolado, carregando uma dor que talvez seja a pior possível na vida de uma pessoa em termos de sentimentos, começa a ver os quadros com fotos de toda a sua vida com ela, e vai tirando as tachinhas uma a uma até restarem apenas as tachinhas vazias nos quadros que um dia contaram uma história linda... Nesse momento, você percebe que suas mãos estão tão velhas que você não tem mais tempo de vida para construir uma nova vida com outra pessoa, e o que lhe resta são apenas a dor imensurável e as tachinhas vazias — “Empty Nails” — nos quadros, aguardando a morte chegar. Nessa música, em conversa com o antigo tecladista, eu disse a ele que precisávamos explorar um pouco a música Retro Wave para capturar certos timbres que tragam aquele sentimento “especial” para contrastar essa dor, sem sair muito do estilo. E assim chegamos aos glissandos do refrão. [Risos.]
Você poderia compartilhar um pouco sobre o processo criativo por trás do videoclipe, desde a concepção da ideia até a sua realização?
Neste novo álbum, fizemos nove videoclipes e três lyric videos, um para cada música do álbum. Todos os clipes foram cuidadosamente pensados e roteirizados com base nas letras e na atmosfera de cada faixa. Sou eu quem organiza as ideias, e utilizo a estrutura do Tellus Studio para produzir tudo.
Quais são os próximos passos para a banda após o lançamento de “DEATHinitive Love AtmosFEAR”? Vocês têm planos para turnês ou novos projetos no horizonte?
Agora, só nos resta correr atrás de conseguir shows e mostrar nosso trabalho para o máximo de pessoas possível. Esperamos que isso se concretize o quanto antes!
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