O Alcoholic Vortex acaba de lançar “Space Traumas – Part II: Attack of the Yarells”, segundo capítulo da saga intergaláctica que a banda brasiliense vem desenvolvendo no universo do thrash metal. O álbum já figura entre os destaques do semestre em veículos e perfis especializados, tanto no Brasil quanto no exterior, consolidando o grupo como um dos nomes mais criativos da nova geração do metal nacional. Neste papo, o baixista e vocalista Victor “Chuck” Rascal fala sobre processo criativo, cena underground e planos para o próximo capítulo da saga espacial. Boa leitura!
Por Marcelo Vieira
Fotos: Emanuelle Sena / Divulgação
Uma saga cósmica que nasceu dos sonhos
A ideia de construir uma narrativa espacial ao longo de três álbuns nasceu de uma combinação improvável entre sonhos pessoais e curiosidade científica. Inspirado por visões oníricas e fascinado por temas como espaço e Física, Victor concebeu a história de Warren Jackson, um headbanger abduzido por alienígenas enquanto assistia a um evento corriqueiro. “O metal sempre esteve na vida dele nos momentos bons e ruins”, explica. O resultado é uma ópera thrash sci-fi em andamento, que conecta o primeiro disco ao atual — e já caminha para um terceiro volume.
Mais sombrio, mais agressivo
Em termos musicais, “Part II” mantém o peso e a agressividade do debut “Space Traumas – Part I: The Alcoholic Menace”, mas amplia a paleta sonora com ambientações mais densas, harmonias e camadas vocais que ajudam a reforçar o clima sombrio da narrativa. “Queríamos mostrar a luta envolvida, a sensação de invasão e dominação. Essa carga emocional precisava se refletir no som”, pontua o músico.
O processo de gravação também contribuiu para essa atmosfera. Realizado entre outubro e novembro de 2024 no estúdio Hangar 408, o trabalho contou com envolvimento direto da banda em todas as etapas. A relação com os produtores Nilson e Arthur é descrita como uma verdadeira parceria criativa. “O Hangar 408 não é só um estúdio, é parte da banda”, afirma. Muitas ideias surgiram ali mesmo, no calor da gravação, evidenciando a sinergia entre músicos e equipe técnica.
Visual que expande o universo da banda
O conceito visual do disco segue o mesmo caminho. Assinada por Márcio Aranha, a arte gráfica transforma em imagem os elementos da história. “Eu só dou um fiozinho de ideia e ele cria o resto. Ele consegue dar vida às coisas que estavam apenas na minha cabeça”, elogia Victor. Assim como o estúdio, Aranha é tratado como membro da equipe e peça fundamental na identidade da banda.
Thrash no cerrado — e além
Quando o assunto é cena, o músico defende com entusiasmo o espaço conquistado pelo thrash em Brasília. “É só olhar para bandas como Violator, Evil Corpse, NW77, Axion, Transtorno Nuclear… posso ficar até amanhã listando”, comenta. Ele também destaca a força do underground nas diferentes regiões do país, que tem revelado nomes com riffs poderosos e cada vez mais prontos para ocupar seu espaço.
Parte III a caminho e o ritual do Vortex
A fase criativa do Alcoholic Vortex está longe de desacelerar. Segundo Victor, o terceiro capítulo da saga já está cerca de 75% composto. “Gosto de pensar que a banda está mostrando seu poder criativo e maturidade”, avalia. Para ele, acompanhar esse processo desde o início e observar o crescimento do grupo é uma das experiências mais gratificantes dessa jornada.
E o que nunca pode faltar no “kit de sobrevivência” do Alcoholic Vortex antes de um show ou gravação? A resposta é direta e sem rodeios: “Uma gelada, imaginação e riffs… Yeaaaah!”
- Ouça “Space Traumas – Part II: Attack of the Yarells” na Plataforma de Streaming de sua preferência: https://li.sten.to/ALCOHOLICVORTEX
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