REVIEW: Fist – “Back with a Vengeance” (Relançamento 2020)


Fist – “Back with a Vengeance”

Lançado originalmente em outubro de 1982

Voice Music / Rock Brigade Records – NAC. – 58min


Uma matéria publicada em maio de 1980 na revista inglesa Sounds apresentou o Fist como uma das lideranças da North-East New Wave of British Heavy Metal (ou NENWOBHM); que nada mais era do que a cena heavy localizada em Newcastle, da qual surgiram bandas como o Raven, o White Spirit e o Tygers of Pan Tang. 


Formado em 1978 como Axe, o grupo precisaria de dois anos e de trocas de nome e de integrantes para tomar fôlego. Em 1980, zero sossego: o Fist lançou seu primeiro compacto, fez sua estreia nos palcos de Londres, assinou com a MCA Records, abriu dois dos três shows do Iron Maiden no Marquee Club — no primeiro deles, Steve Harris e companhia gravariam músicas para o EP “Live!! +one” — e viu seu álbum de estreia chegar às lojas com altíssimas expectativas da gravadora. Só que “Turn the Hell On” não fazia jus ao poder de fogo que o quarteto apresentava no palco. Peso e atitude foram subtraídos na produção e na mixagem de Derek Lawrence — finado produtor dos primeiros discos do Deep Purple — e o boca a boca não perdoou. 



Após o fiasco de vendas e o subsequente pé na bunda que levou da MCA, o Fist voltaria renovado e com sede sangue em seu segundo álbum. Da formação da estreia, apenas o guitarrista Dave Irwin e o baterista Harry “Hiroshima” Hill permaneceram a bordo. Nas bandas Hollow Ground e Mythra, ambas também de Newcastle, a dupla encontrou o vocalista Glen Coates e um segundo guitarrista, John Roach. O baixista Norman “Pop” Appleby completou o line-up responsável por “Back with a Vengeance”.


Lançado originalmente em outubro de 1982, o disco acaba de ganhar edição nacional em CD como parte da série Rare Archives – Neat Series, fruto da parceria entre Voice Music e Rock Brigade Records, trazendo bonus tracks, pôster e encarte com letras, fotos e um texto assinado pelo britânico John Tucker, coautor da autobiografia de Biff Byford (Saxon) e colaborador de longa data da Rock Brigade Magazine



Quem se dignar a somente ver a capa de “Back with a Vengeance”, espécie de protótipo lo-fi da capa de “Vulgar Display of Power” (1992), do Pantera, pode até supor se tratar de coisa de amador, mas basta apertar o play para se ter certeza de que a banda só não subiu para a primeira divisão porque assim quis o destino. Faixas como “S.S. Giro” — que inclui uma seção de guitarras gêmeas como as que se ouvem no Iron Maiden e no Judas Priest — e o manifesto antiguerra “Dog Soldier” são o puro suco temático-musical da New Wave of British Heavy Metal. Já o clima brega e baladeiro de “Lost and Found” parece prever o tipo de som chiclete que viraria moda passado um tempo. 


Mais adequado à proposta do que seu antecessor Keith Satchfield — cuja voz pode ser ouvida nas bonus “Name Rank and Serial Number” e “You’ll Never Get Me Up” —, Coates é dono de uma bela voz e, embora bata na trave quando tenta subir o tom além de seu alcance, como em “The Feeling’s Right”, é o membro que mais se destaca. Pena que após regravar o clássico “The Wanderer” — sim, a música que deu origem a “Lobo Mau”, de Roberto Carlos —, também presente como extra dessa edição, sua carreira em estúdio chegaria ao fim. Bem como a do Fist, ao menos até 2005, ano do pouco comentado “Storm”. 


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Comentários

  1. Tô escutando o disco nesse exato momento e estou impressionado coma qualidade da banda! Nenhuma faixa ruim, todas poderiam ser clássicas de grandes bandas. Infelizmente na música é assim, nem sempre a qualidade vence o jogo.

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