Lançado em 27 de novembro de 2020
Shinigami Records – NAC. – 74min
17 de março de 2019. Após bater na trave em duas ocasiões — 1991 e 1993 —, o Voivod finalmente venceu seu primeiro Juno Award. “The Wake”, seu décimo quarto álbum de estúdio, levou o prêmio concedido anualmente pela Academia Canadense de Artes e Ciências Fonográficas na categoria Álbum de Heavy Metal do Ano.
13 de julho de 2019. Em meio à turnê de “The Wake”, o Voivod se apresenta no Festival de Verão de Quebec com o gravador ligado. Sobre o palco do centenário Théâtre Impérial, Snake (voz), Chewy (guitarra), Rocky (baixo) e o Away que não é o de Petrópolis (bateria) capricham em um repertório de 74 minutos que embora enfatize seu lançamento mais recente, não abre mão de sons dos primórdios e mesmo de um cover para lá de curioso que já virou marca registrada dos shows do grupo pioneiro do metal do Canadá.
Ainda que com sérias restrições orçamentárias, “Lost Machine – Live” documenta uma banda de bem com a vida, de vento em popa, feliz pra burro e assim com o mundo com uma legitimidade que muitas vezes falta aos discos supostamente gravados ao vivo. A ausência de retoques enfatiza o fator humano, e é como se os alto-falantes suassem conforme pedradas do naipe de “Psychic Vacuum”, “Overreaction” e “The Prow” intercalam-se com as pouco rodadas “Always Moving”, “Iconspiracy” e “Obsolete Beings”.
Na reta final, a sequência é manipulada: “Astronomy Domine”, do Pink Floyd, originalmente tocada como bis, aparece antes de “Voivod”, agora no papel de saideira. O encarte, recheado de fotos da apresentação, inclui as impressões de cada um dos quatro integrantes não só do show em si, mas da turnê de “The Wake” como um todo. “Às vezes a magia está no ar”, escreve Snake. É difícil ouvir “Lost Machine – Live” e não concordar com ele.
Excelente registro ao vivo de uma das bandas mais inteligentes e criativas da história do heavy metal. Parabéns pela resenha!
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