RESENHA: Fabiano Negri – “Reborn” (2021)


Fabiano Negri – “Reborn”

Lançado em 24 de julho de 2021

Big Can Productions – IMP. – 50min


Motivos pra desistir você vai encontrar vários, mas para continuar só basta um. No caso de Fabiano Negri, bastou que os americanos da Big Can Productions, encantados com o que viram no YouTube, entrassem em cena oferecendo o respaldo necessário para uma retomada das atividades menos de um ano após o que era para ter sido a despedida com “The Fool’s Path”


Em “Reborn”, agora um full-length de onze faixas, testemunhamos não um renascimento propriamente dito; deixemos isso para artistas e grupos que ao longo do caminho desvirtuaram demais a ponto de comprometer sua credibilidade. O que se ouve nos 50 minutos que passam voando é uma renovação de votos, como se Negri fizesse as pazes com o talento que chegou perto de relegar às quatro paredes de sua escola de música; com a carreira que por um triz não foi prematuramente abreviada depois de lançada sua obra-prima. 



“Just one more day in hell’s paradise”, canta ele em “A Hidden Life”, espécie de crônica do Brasil sob a égide da Covid-19. Tempos pandêmicos não passaram incólume ao cara, que, letrista de mão cheia, traduziu em palavras o misto de sentimentos ao qual fomos todos, ou quase todos, acometidos no último ano e pouco. A performance condiz com a profundidade da escrita: em “Moth”, já seu segundo maior número nas plataformas digitais e forte candidata a melhor música já produzida por Fabiano, a interpretação é digna dos grandes mestres.


Aliás, as referências aos grandes mestres estão demais aqui. “Sad Clown” e “Whole Dreamer”, complementares em temática ainda que musicalmente distintas uma da outra, trazem um vocal que é o Geoff Tate dos tempos áureos de Queensrÿche. A segunda, uma das preferidas da tracklist, exibe uma faceta que beira o comercial, mas tanto o riff principal de guitarra quanto os enfeites de teclado não poderiam ser mais classic rock. Detalhe: quem assina a letra é Ian, filho de Negri, que na época que a escreveu tinha apenas 8 anos. 



Na segunda metade do disco, reencontramos faixas lançadas anteriormente como o EP “Reborn I”. Delas, impossível não destacar a torrente de amor e gratidão de “Inside Out” e a épica faixa-título na qual Fabiano assume o compromisso de seguir em frente. No fim das contas, a arte venceu. 


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