RESENHA: Centro da Terra – “Centro da Terra” (2020)



Centro da Terra – “Centro da Terra”

Lançado em 2020

Independente – NAC. – 1h17min


William S. Burroughs (1914-1997) dizia que o ingrediente essencial para qualquer banda de rock bem-sucedida é a energia; a capacidade de liberá-la, recebê-la e devolvê-la ao público. O terceiro álbum do Centro da Terra, que leva o mesmo nome do trio, é, de fato, um rito que envolve a evocação e a transmissão de energia. Energia e diversas sensações.


Os irmãos Fred e Guilherme Pala — ambos multi-instrumentistas e responsáveis pelas psicodelias do som — e o baixista Zeca Mustang são três caras virtuosos — não no sentido Yngwie Malmsteen da definição — que tratam a música meio que como expansão dos sentidos. Sua inspiração parece vir de fontes óbvias, mas nem tanto.




Explico: ouve-se algo de Pink Floyd, mas não do “disco do prisma”, e sim do “disco da vaca” e anteriores. Ecos também de Deep Purple graças aos sutis acenos a Ritchie Blackmore nos riffs mais pesados e ao protagonismo de bateria/percussão como na abertura “Ritual Elétrico”


É lógico que Jimi Hendrix não poderia ficar de fora desse caldeirão psicodélico: o wah-wah de Fred tem o som do V847A imortalizado pelo maior de todos os tempos em músicas como “Voodoo Child (Slight Return)”. E vale dizer que nem as mais recentes técnicas de clonagem fariam uma mistura tão espetacular de Mutantes com Led Zeppelin como “Godot”.




Viabilizado por meio de uma campanha de financiamento coletivo, “Centro da Terra” foi masterizado no lendário Abbey Road, estúdio de Londres que dá nome a um dos principais álbuns dos Beatles e onde o Fab Four registrou algumas de suas canções mais icônicas. Com uma década de vida e mais de 1.200 shows no currículo — alguns deles em festivais importantíssimos para a cena e ao lado de feras nacionais e internacionais —, eis uma banda que você precisa conhecer o quanto antes. 


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