RESENHA: Paul Di’Anno’s Battlezone – “Fighting Back” (Relançamento 2021)



Paul Di’Anno’s Battlezone – “Fighting Back”

Lançado originalmente em 1986

Classic Metal Records – NAC. – 44min


Após ser demitido do Iron Maiden, Paul Di’Anno arriscou-se solo no melodic rock antes de formar o Battlezone com os guitarristas John Hurley e John Wiggins, o baixista Pete West e o baterista Bob Falck, e voltar ao som clássico da NWOBHM com “Fighting Back” em 1986. De acordo com o próprio em sua autobiografia “The Beast” (2010), o título, que pode ser traduzido como “revidando” ou “contra-atacando”, resume perfeitamente o estado de espírito em que se encontrava. Versos sedentos por sangue como “You think you’re big / You ain’t so bad” de “Warchild” parecem chamar Steve Harris e cia. para a briga. 


Mas não só isso: eram os anos 80, a banda acreditava que uma guerra nuclear estava próxima e esse temor se reflete nas letras, escritas quase exclusivamente por Hurley — a única exceção sendo “(Forever) Fighting Back”, de Falck —, sobre terras ermas, amores perdidos e devastação. Musicalmente, a paisagem é mais vasta: enquanto “Running Blind” flerta com o incipiente thrash, “Feel the Rock” é uma rendição aos clichês do hard que dominava as paradas estadunidenses. Mais tradicional, “Welfare Warriors” mostra como o Maiden já era o padrão-ouro do heavy. Ouso dizer que ela não soaria deslocada em “Killers” (1981). 



Partes mais lentas se misturam ao som pesado da dobradinha “In the Darkness” e “The Land Lord Gave to Caine”. Na primeira, o som limpo da guitarra prepara o terreno para um desabafo em altíssimo teor alcoólico — panorama semelhante ao de “Too Much to Heart”, na qual em meio à saudade que esmaga, o cantor promete: “I’ll just have one more beer” —, enquanto que na segunda a pauta ecológica vem à baila: “A once green land / Now barren plains [...] / Man’s greed has lost all that it’s won”. E pelo seu próprio bem, evite ouvir “Voice on the Radio” no carro, pois a resposta natural a esse estímulo é pisar fundo no acelerador. 


A presente edição nacional da Classic Metal Records traz ainda a bonus track “Rising Star”, uma sobra das sessões de gravação do álbum outrora disponível apenas para download. No encarte, todas as letras e fotos da banda que incluem Paul em sua fase mais visualmente exagerada; quer coisa mais anos 80 do que a combinação mullets à Chitãozinho & Xororó + óculos Ray-Ban Aviador? Definitivamente, a música envelheceu muito melhor do que a moda. 


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