RESENHA: Elixir – “The Son Of Odin” (Relançamento 2021)


Elixir – “The Son Of Odin”

Lançado originalmente em junho de 1986

Classic Metal Records – NAC. – 1h2min


Sabe quando você leva tempo demais para se arrumar, confere cada mínimo detalhe no espelho e, por conseguinte, acaba se atrasando para a festa e, quando chega, todo mundo já se arranjou? Mal comparando foi o que aconteceu com o Elixir, que pagou o preço pelo desembarque tardio na cena.


Formado em 1983 pelo guitarrista Phil Denton e pelos irmãos Kevin (baixo) e Nigel Dobbs (bateria), o Elixir tirou seu nome do dicionário: “bebida que, na Idade Média, se acreditava possuir virtudes mágicas, elaborada para proporcionar rejuvenescimento, vida longa ou eterna”. A partir da definição pautaram-se as letras, que em sua maioria apostavam numa temática fantasiosa em oposição ao que escreviam as bandas dos escalões menores da moribunda New Wave Of British Heavy Metal. Paul Taylor (vocais, ex-Midas) e um segundo guitarrista, Norman Gordon, completaram a formação clássica.


O compacto independente “Treachery (Ride Like The Wind)” ser bem-recebido pela crítica não foi o suficiente para despertar o interesse das gravadoras. Frente a isso, o quinteto decidiu lançar “The Son Of Odin”, seu LP de estreia, também de maneira independente, quase que num esquema de “seja o que Deus quiser”.



Se foi esse o caso, quis Deus que o disco, cuja capa foi retirada de um calendário, chamasse a atenção da imprensa — na Kerrang!, “The Son Of Odin” obteve notas mais altas do que “Somewhere In Time” (Iron Maiden) e “Turbo” (Judas Priest) —, mas não repercutisse em vendas a ponto de promover o Elixir da categoria de fenômeno local. Tal promoção viria com o tempo, que se encarregou de conferir ao LP e à banda o status de cult.


Embora a associação mais imediata seja mesmo com o Maiden e com o Priest — provavelmente em razão do ataque duplo de guitarras —, Denton e os outros elencam também o Michael Schenker Group entre as principais influências. Fora isso, ouve-se um pouco de Black Sabbath — o riff de “Children of Tomorrow” é uma derivação do de “Symptom of the Universe” — e momentos que remetem às raízes setentistas dos envolvidos.


Passados 35 anos de seu lançamento, “The Son Of Odin” chega ao mercado brasileiro em edição luxuosa com slipcase e pôster. Além das nove faixas originais, cinco bonus tracks, incluindo a versão demo de “Dead Man’s Gold”, cuja letra é o diário de bordo de uma malfadada expedição viking. No encarte, um texto de três páginas assinado por Denton no qual confessa o sonho de conhecer a América do Sul divide espaço com todas as letras e uma porção de fotos. Se essa não for a edição definitiva do álbum, a Classic Metal Records chegou muito, muito perto.


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