RESENHA: Helllight – “Until the Silence Embraces” (2021)



Helllight – “Until the Silence Embraces”

Lançado em 25 de junho de 2021

Cold Art Industry / Mutilation Productions – NAC. – 1h13min


“Pena não ser burro / Não sofria tanto”, canta Raul Seixas em “Só Pra Variar”. De fato, aqueles de musculatura intelectual pouco desenvolvida terão dificuldade de assimilar o que Fabio de Paula (guitarra, vocais e teclados), Alexandre Vida (baixo) e Renan Bianchi (bateria, backing vocals) propõem em “Until the Silence Embraces”, ainda o mais recente trabalho de estúdio do Helllight.


Tal como árias sombrias compostas por vários movimentos quase que independentes entre si, as seis faixas do repertório soam como a trilha sonora de um passeio de gôndola pelo Estige. Guiados pelo barqueiro do inferno, que encontra em De Paula seu intérprete, somos levados ao destino cruel que é abraçar o inevitável; ou, como vocifera em “The Dead Moment”, “Embracing the new dawn with the certain of the end”. 



Embora alcance o essencial em poucas palavras, é na ausência delas que o trio demonstra que nada escapa ao seu olhar sensível: são passagens instrumentais que falam direto ao coração e às mentes, conseguindo traduzir o sentimento dos ouvintes de forma arrebatadora: seja a desesperançosa deriva dos instantes finais da faixa-título; seja o princípio de incêndio de quando Bianchi resolve acelerar as coisas em “Legacy of the Broken Ones”, dedicada aos que não sabem se vivem para trabalhar ou trabalham para viver.


Lançamento da Mutilation Productions em parceria com a Cold Art Industry, “Until the Silence Embraces” chega às lojas em formato digipak de três painéis com verniz localizado e encarte com todas as letras. Segundo o adesivo na capa, “Material tipo exportação”. Só louco ousaria discordar. Realmente, no que diz respeito ao Funeral Doom Metal, o Brasil nunca foi tão bem representado. 


Gostou? Compre o CD aqui.


Comentários