RESENHA: Dedringer – “Second Arising” (Relançamento 2022)

 


Dedringer – “Second Arising”

Lançado originalmente em janeiro de 1983

Hellion Records Brazil – NAC. – 51min


Não obstante todos os seus compactos e LPs tenham sido gravados a partir de 1980, a exemplo de muitos de seus contemporâneos da New Wave of British Heavy Metal, o Dedringer surgiu ainda na década de 1970; mais precisamente em 1977, na cidade de Leeds, no norte da Inglaterra. Depois de um ano ralando no circuito de covers, John Hoyle (vocais), Neil Hudson (guitarra), Al Scott (guitarra), Lee Flaxington (baixo) e Kenny Jones (bateria) começaram a escrever músicas próprias e acabaram chamando a atenção do selo Dindisc, afiliado à Virgin Records, pelo qual lançariam seu disco de estreia, “Direct Line”, em 1981.


Quis o destino que em meio à divulgação do álbum as atividades do grupo fossem suspensas em razão de um grave acidente de carro sofrido por Hudson e Scott. Na mesma época, a gravadora saiu de cena, deixando o Dedringer a ver navios. À virada do ano, Hudson e Jones decidiram voltar à ativa. Com Neil Garfitt ao microfone, Chris Graham no baixo e Mick Kremastoules na segunda guitarra, assinaram com a Neat Records para o lançamento primeiro do compacto “Hot Lady”, em novembro de 1982, seguido por um LP dois meses mais tarde.



Infinitamente mais interessante que seu antecessor, “Second Arising” tem em seu maior trunfo também a maior causa pela qual acabou passando batido na época: o álbum soa diversificado demais para o padrão metaleiro britânico. Não que não haja momentos elementares, crus até dizer chega, mas o grande atrativo são outros que renegam as convenções e exibem um leque de influências mais amplo, não restrito aos grupos punk e aos veteranos do heavy metal Black Sabbath e Judas Priest. 



“Rock Night” abre o repertório como o cartão de visitas ideal, a ser complementado mais adiante pelo brado machão de “Comin’ Out Fightin’”. “Going to the Movies” — um eufemismo para namorar pelado — tem um refrão que gruda. “Never Gonna Lose It” inclui a melhor introdução e o melhor solo de todo o disco. Por fim, a derradeira “The Eagle Never Falls” não faria feio enquanto trilha sonora do abraço que Lincoln Hawk (Sylvester Stallone) dá em seu filho após sagrar-se vencedor no torneio de queda de braço no clássico da sétima arte “Falcão – O Campeão dos Campeões” (1987). 


Firme no seu compromisso de disponibilizar pérolas perdidas da NWOBHM pela primeira vez no Brasil, a Hellion Records acaba de lançar “Second Arising” numa edição em CD exclusiva para o mercado brasileiro, com slipcase, pôster e encarte com letras e fotos. Além das dez faixas do LP, temos aqui as duas músicas do supracitado compacto “Hot Lady”, tudo remasterizado pelo Midas “Neudi”, também responsável por “salvar” bolachões de grupos como Wildfire e Witchfynde; ambos disponíveis no catálogo da Hellion e já resenhados por este que vos escreve.


Adquira “Second Arising” na loja oficial da Hellion Records. 


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