RESENHA: Hot Breath – “Rubbery Lips” (2021)

 


Hot Breath – “Rubbery Lips”

Hellion Records Brazil – NAC. – 34min


Não é de hoje que a Hellion Records garimpa na gringa bandas com vocais femininos e as lança no Brasil em caráter de aposta. Para crédito do selo, foram mais golaços do que bolas fora até o momento. Sendo assim, nada mais justo do que conferir o som do Hot Breath de peito aberto e ouvidos atentos.


Formado em outubro de 2018 na cidade sueca de Gotemburgo, o Hot Breath deriva de três grupos relativamente estabelecidos na cena de lá: Honeymoon Disease, Hypnos e Grand. A ideia de Jennifer Israelsson (vocais e guitarra), Karl Edfeldt (guitarra), Anton Frick Kallmin (baixo) e Jimmy Karlsson (bateria) é prestar tributo ao rock dos anos 1960 e 1970 por meio do equilíbrio entre a crueza de quem dispõe de poucos recursos e uma psicodelia clandestina; leia-se livre do uso de psicotrópicos.



Depois de um EP homônimo em 2019, os quatro reuniram material suficiente para um álbum e o lançaram em 2021. Intitulado “Rubbery Lips” (“beiços semelhantes a borracha”, em tradução livre e dotada de muita licença poética), o CD traz faixas que sintetizam a proposta – “Right Time”, “What You’re Looking For” e “Turn Your Back” — e outras em que indicam novas possibilidades sônicas passíveis de adoção caso em algum momento o objetivo seja ampliar a base de fãs, como “Who’s the One” e sua veia totalmente oitentista e “Bad Feeling”, mais em sintonia com o indie de boate e responsável por denunciar a pouca idade dos integrantes do grupo.


Pensando também na velha guarda que tem nas bandas das antigas seus dinossauros de estimação, o Hot Breath resgata “One Hit (To The Body)”, do pouco festejado “Dirty Work” (1985), dos Rolling Stones, numa releitura digna da aprovação de Mick Jagger e Keith Richards. Embora consista numa troca de farpas entre os outrora denominados Glimmer Twins, a letra se encaixa perfeitamente no contexto de revolta “because of reasons” do quarteto. Golaço da Hellion. 


Adquira “Rubbery Lips” na loja oficial da Hellion Records.


Comentários