RESENHA: Volcanova – “Radical Waves” (2020)



Volcanova – “Radical Waves”

Hellion Records – NAC. – 44min


Se tem coisa a que a capa de “Radical Waves”, álbum de estreia do Volcanova, não faz referência é o país de origem do trio; a menos que numa realidade paralela a fria Islândia seja um destino turístico para surfistas. Por outro lado, fica evidente na arte o espírito zombeteiro/cachaceiro de Samúel Ásgeirsson (guitarra e vocais), Thorsteinn Árnason (baixo e vocais) e Dagur Atlason (bateria e vocais); afinal de contas, a onda amarela só pode ser de cerveja, e a quantidade de latinhas espalhadas pela areia somente reforça a tese.



Musicalmente, estamos diante de um recém-chegado coadjuvante numa cena de cartas marcadas. A quantidade de bandas stoner em atividade é inversamente proporcional aos elementos capazes de as diferenciar. O fundamento sonoro é basicamente o mesmo em todas, e a temática meio que se repete dado o gosto em comum pelos prazeres do álcool e do politicamente incorreto. 


Dito isso, não espere dos islandeses nada de revolucionário, mas se prepare para 44 minutos empolgantes que se tornam ainda mais divertidos com as letras das músicas em mãos: enquanto “I’m Off!” traça o roteiro de um fim de semana ideal — “Bring a six pack, light a cigarette / We’re gonna get f#cking wasted tonight” (“Traga um engradado, acenda um cigarro / Vamos ficar chapados pra c#ralho hoje à noite”) —, “Sushi Sam” compara fazer comida japonesa à arte de enrolar um baseado. 



Alguma seriedade lírica até que dá as caras em “M.O.O.D” e na derradeira e reflexiva “Lights”, mas os três brilham mesmo é quando se deixam levar pela combinação brisa + breja: que o diga “Stoneman Snowman”, que seria um baita paredão instrumental não fosse a letra que diz... bem... “Stoneman Snowman”. Eis a beleza do imprescindível em poucas palavras.


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