RESENHA: H.E.A.T – “Force Majeure” (2022)

 


H.E.A.T – “Force Majeure” (2022)

Shinigami Records – NAC. – 41min 


Quem disser que não esperava mais de “Force Majeure” está mentindo. Por melhor que Erik Gronwall seja — o cara está arrebentando no Skid Row — e seu aproveitamento como vocalista do H.E.A.T seja de 75% — passados cinco anos, “Into the Great Unknown” (2017) ainda é meio ulceroso —, para este autor, Kenny Leckremo, o cantor original, é sem comparação; tanto que “H.E.A.T” (2008) e “Freedom Rock” (2010) seguem sendo os melhores trabalhos da carreira do grupo. 


Só que em vez de fechar a trinca com mais um disco 10/10, Leckremo, Don Crash (bateria), Dave Dalone (guitarra), Jimmy Jay (baixo) e Jona Tee (teclados) apenas cumprem tabela com um repertório carente de um hino do calibre de “Keep on Dreaming”, “1000 Miles” ou mesmo “Living on the Run” e que parece ter sido preparado às pressas, como que contra o relógio para que os cinco pudessem o quanto antes cair na estrada e capitalizar em cima. 



Mesmo assim, “Force Majeure” tem seus momentos de glória lírica e musical. Se “Back to the Rhythm”, o single cartão de visitas, é o mantra da retomada, “Tainted Blood” com seus acenos ao Whitesnake é sua justificativa: “The taste of metal still residing in my mouth / A thirst unsatisfied making me amplified”, canta Kenny, que em seu tempo fora dedicou-se a sons de pegada mais pop e até dançante. 


Enquanto certa aura de clausura e desespero envolve a metálica “Demon Eyes”, o olhar crítico toma as rédeas com força em “Hollywood”, hard de espírito noventista cuja letra desmascara os que, por trás da fama, escondem uma alma em cacos. A cota de baladas é preenchida pela glicosada “One of Us”, e a de timbres de gosto duvidoso — “Mannequin Show” de “Tearing Down the Walls” (2014) fazendo escola — por “Paramount”



Nas entrelinhas da derradeira “Wings of an Aeroplane”, a confissão/mea culpa: “Some days are harder but I am not giving in”. Espero que sim e que o próximo álbum reflita tal obstinação. Enquanto isso, vejamos se “Force Majeure” é daqueles discos que melhoram com o passar do tempo. 


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Comentários

  1. Se falar que o disco não melhorou depois de umas 3 escutadas pelo menos, tá de sacanagem! hahaha

    Pra mim só faltou mais AOR, que agora sabemos que deixaram de fora pra lançar de bônus com as faixas Freedom e Will You Be.

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