RESENHA: Quartz – “On the Edge of No Tomorrow” (2022)

 


Quartz – “On the Edge of No Tomorrow”

Classic Metal Records – NAC. – 1h1min 


David Slavković, editor do Ultimate-Guitar.com, foi de extrema precisão ao atribuir ao Quartz o título de “pioneiros esquecidos do heavy metal”. Muito embora tenha sido instrumental no desenvolvimento da NWOBHM ainda sob a alcunha de Bandy Legs, o grupo é principalmente — para não dizer unicamente — lembrado por revelar ao mundo o talento de Geoff Nicholls (1944-2017), multi-instrumentista que por vinte e três anos tocou teclados e serviu de imediato de Tony Iommi no Black Sabbath. 


Em seus dois períodos na ativa — 1977 a 1983 e 2011 até o presente momento —, o Quartz produziu relativamente pouco. Com 3/5 da formação original — Mick Hopkins (guitarra), Derek Arnold (baixo) e Malcolm Cope (bateria) — mais o vocalista Geoff Bate, que cantou em “Against All Odds” (1983), a banda chega ao quinto álbum de estúdio com o intuito de celebrar o legado do nome mais célebre a despontar de suas fileiras. 



Ou seja, não obstante a arte de capa de contornos distópicos — qualquer semelhança com a estética de Altered Carbon, da Netflix, deve ser mera coincidência —, “On the Edge of No Tomorrow” é muito mais um obrigado a Nicholls, que comparece em três das catorze faixas do repertório — numa delas, “Freak of Nature”, assinando os solos de guitarra — do que um grito de alerta acerca do fim do mundo tal qual o do também veterano Troyen no recente “Falling Off the Edge of Forever”.


Além de Nicholls, quem também dá as caras é Tony Martin, com quem o tecladista colaborou até sua morte; tendo, inclusive, acompanhado-o quando de suas vindas solo ao Brasil, em 2008 e 2009. É ele o cantor na sabática “Evil Lies”. David Garner, a voz do Quartz em “Fear No Evil” (2016), se junta aos ex-companheiros na trinca “Death or Glory”, “Babylon Is Burning” e “Master of the Rainbow”; que, a julgar pelo nome e pela letra repleta de referências à carreira de Ronnie James Dio (1942-2010), só pode ser uma homenagem ao saudoso baixinho.



Julgando o nível de composição e performance do núcleo, o disco, que chega ao Brasil com distribuição da Classic Metal Records — outrora responsável pelas edições nacionais em CD de “Quartz” (1977) e do ao vivo “Live Quartz” (1980) —, já seria muito bom sem quaisquer convidados. O som aqui é pedra bruta, típico daqueles que chegaram quando tudo era mato e capinaram com perícia o terreno. 


E antes que eu me esqueça, “On the Edge of No Tomorrow” foi gravado em Birmingham, cidade marco-zero do metal, o que mais do que assegura a sua procedência. 


Compre o CD na loja oficial da Classic Metal Records.


Comentários