RESENHA: Tokyo Blade – “Midnight Rendezvous” (Relançamento 2021)


Tokyo Blade – “Midnight Rendezvous”

Lançado originalmente em 1984

Classic Metal Records – NAC. – 40min


Dá gosto ver os selos nacionais apostando em exclusividades para o mercado brasileiro. Para a presente edição limitada e numerada de “Midnight Rendezvous”, coletânea que reúne algumas das principais músicas dos primórdios do Tokyo Blade, a Classic Metal Records convidou José Antunes Jr. e Felipe Akio Kuranaga, do canal Cultura Metal do YouTube, para escrever o texto de encarte e comentar faixa a faixa as nove que compõem a tracklist. 


Quando me refiro aos primórdios, falo quase que exclusivamente sobre o primeiro álbum do grupo, autointitulado, lançado em 1983. Dois anos atrás, a mesma Classic Metal o lançou em CD, mas a tiragem esgotou num piscar de olhos. Sendo assim, “Midnight Rendezvous” tem ainda a singela missão de suprir, ao menos em parte, àqueles que ficaram sem sua cópia; me incluo nesse desafortunado grupo. 



Desafortunados também eram Alan Marsh (vocais) e Andy Boulton (guitarra), os dois principais compositores da banda, só que no amor. Quer provas? Então se ligue nas letras escritas pela dupla: “The promises you make are only there to break”, diz uma estrofe de “Powergame”, cuja temática gira em torno de uma dessas especialistas em partir corações alheios. Um diálogo é estabelecido com “Break the Chains” e seu refrão no qual Marsh implora à sua “Lady killer, a lost cause” por misericórdia, pois está ficando louco e não aguenta mais sofrer.


Nas palavras de Akio, “Killer City” é sobre os perigos que a noite esconde, mas não só isso. Um verso como “Death rules the streets”, dependendo de onde se vive, é perfeitamente aplicável à luz do dia. Em outro exemplo de intercâmbio temático, “Highway Passion” evoca o mesmo medo do escuro, embora com assumida bravata e a inconsequência típica de jovens movidos a álcool e rock ‘n’ roll. A esperança toma forma com o nascer do sol... em Tóquio! É isso que “Sunrise in Tokyo” representa: uma medalha aos sobreviventes de uma noite louca sob os feixes de neon.



Embora a estética predominante seja a do heavy metal, flertes com outros estilos marcam presença: com o refrão mais grudento de todos, a faixa-título exala hard rock. Os quase sete minutos de “If Heaven Is Hell” incluem até violões. Já “Mean Streak” pisa de leve no terreno das power ballads antes de enfileirar um clichê da NWOBHM após o outro. 


Na saideira, “Blue Ridge Mountains of Virginia” mostra que a rapaziada sabia fazer uma graça nos bastidores; e que muitas vezes tem alguém com um gravador por perto nesses momentos que são pura descontração. Só sendo muito zoeiro para incluir algo assim num álbum. Se bem que em se tratando de zoeira, ninguém supera o Briar. Como esquecer que “Crown of Thorns”, outro relançamento da Classic Metal em 2021, termina com um peido? 


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