RESENHA: Crazy Lixx – “Street Lethal” (2021)

 


Crazy Lixx – “Street Lethal”

Lançado em 5 de novembro de 2021

Shinigami Records – NAC. – 44min


Você não precisa ser gamer dos mais obstinados para sacar a inspiração por trás da capa de “Street Lethal”. Em seu sétimo álbum de estúdio, o Crazy Lixx presta uma homenagem aos jogos beat’em up famosos na década de 1990; clássicos dos fliperamas como Fatal Fury, Final Fight, Street Fighter e tantos outros que nos faziam perder horas e trocos de lanche e nos rendiam calos nos dedos e esporro dos pais. 


Musicalmente, nada de tão novo; a ênfase segue bárbara nos refrãos — o de “Rise Above” já incendeia a casa logo de cara — e, ao contrário do que se vê em muitas bandas que possuem apenas um artífice nas composições, todos os cinco — Danny Rexon (vocais), Jens Lundgren (guitarra), Chrisse Olsson (guitarra), Jens Anderson (baixo) e Joel Cirera (bateria) — contribuem nesta etapa do processo. 



O resultado é uma vitrine de diferentes abordagens temáticas; algumas nitidamente inspiradas em tempos pandêmicos, como “Reach Out” — “Rising from the ashes, like a phoenix, from the flames – I fly again” — e “One Fire – One Goal”, que no pré-refrão “Just wanna break free, escape from a life in the shade” referencia o período mais severo do lockdown. 


Em outra pegada, “Anthem for America” questiona o que houve com a juventude estadunidense que das praias da costa oeste às ruas de Nova York tornou-se refém de música ruim e de uma MTV que exibe de tudo, exceto videoclipes. Sobra ainda espaço para uma instrumental (“Final Fury”), que abre alas para a faixa-título, uma vigorosa exibição de sentenças previamente usadas e um tributo às grandes cenas de porradaria do cinema. 



Antes somente um frontman dos mais completos, Rexon, que também toca teclado no disco, está cada vez mais gabaritado em produção, e aqui mostra-se uma alternativa viável ao “padrão Frontiers” frequentemente responsável por subtrair identidades e fazer todo mundo soar meio parecido. Sem precisar recorrer a timbragens do passado, o cara agrada a gregos e troianos; ou seja, tanto a molecada recém-iniciada no lado roqueiro da força quanto aqueles cujo relógio parou em 1991 saem com sorriso no rosto. 


Com distribuição nacional da Shinigami Records, “Street Lethal” solidifica ainda mais a reputação do Crazy Lixx e o sacramenta entre as principais lideranças do hard rock escandinavo. Como diria o narrador dos games: “Perfect!”.


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